Crítica | Não Leve a Mal


★★★★☆
4/5

Sofisticado, hipnotizante e criativo, Não Leve a Mal é uma das peças mais cativantes da cena pop alternativa brasileira deste ano. A banda PLUMA opera com a mistura do indie pop psicodélico com inspirações em soul e eletrônica de forma muito imaginativa ao longo do disco, isso faz com que o álbum mantenha a atmosfera onírica por toda a sua extensão que nunca soa repetitiva.

Indo do rock alternativo ao disco, synthpop e até jazz, ainda que haja uma sonoridade específica que marca todo o projeto — o indie psicodélico —, PLUMA faz parecer que não há limites para sua criatividade. “Quando Eu Tô Perto” inicia o álbum de forma bem descontraída, focando em sintetizadores pulsantes que se espalham por entre imagens puramente divertidas. “Não Leve A Mal”, que carrega o título do trabalho, cria uma atmosfera onírica e extremamente deslumbrante baseada no dream pop, ideia que atravessa “Sonar” e seu timbre suave com saxofones que mostram grande influência do smooth jazz. “Doce/Amargo”, um dos principais destaques, resgata o boogie e o traz carregado de psicodelia: o resultado é eletrizante.

Se a capacidade temática de trabalhar criativamente essa ruma de elemento já é bem evidente no sentido de diferenciação que cada música tende a assumir, há momentos em que, dentro delas próprias, se seguem direções opostas e fascinantes. Veja como “Se Você Quiser” começa com um ritmo leve tomado por grooves soul sofisticados enquanto seu refrão o direciona para sintetizadores house e bateria dançante alinhada ao som lo-fi. “Corrida!” inicialmente parece um indie pop com um aspecto psicodélico, mas ao longo dela seu drum n’ bass hipnótico é exibido, similarmente ao que acontece com os breakbeats de “Não Me Leve A Mal”. É realmente de um caráter inventivo fantástico.

Selo: Rockambole
Formato: LP
Gênero: Pop / Pop Psicodélico, Sophisti-Pop
Davi Bittencourt

Davi Bittencourt, nascido na capital do Rio de Janeiro em 2006, estudante de direito, contribuo como redator para os sites Aquele Tuim e SoundX. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático, Pop e R&B.

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