Crítica | Opus


★★★☆☆
3/5

O álbum póstumo de Ryuichi Sakamoto [坂本龍一], Opus, reúne as últimas peças talhadas pelo músico japonês em sua última apresentação em vida, ocasião que foi registrada e disponibilizada em filme por seu filho, Neo Sora. Não é surpresa que esta seja uma de suas obras mais sensíveis, delicadas e vividamente angustiantes.

Ao longo do álbum, notamos a respiração do compositor indo e vindo enquanto seus dedilhados ávidos, cheios de experiência e, ao mesmo tempo, de dormência, são estruturados. Pouco se sabe sobre sua saúde, seu estado de câncer e sua psique se preparando para organizar dentro de si toda essa estrutura que caiu sobre seus ombros de uma só vez.

Não há outra maneira de ver Opus que não seja como uma despedida. É triste e verdadeiramente tocante acompanhar a excelente seleção de 20 músicas feita por Sakamoto, na qual ele transita entre a calmaria de “Solitude” e a festividade de “The Wuthering Heights” em plena sintonia, sem perder o ritmo e o vínculo que aprisiona seu ser distinto da sobriedade a que a música costuma nos atrair. Obrigado, Ryuichi Sakamoto [坂本龍一].

Selo: Milan
Formato: Live
Gênero: Música Ambiente / Experimental
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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