Crítica | Paisagem


★★★☆☆
3/5

Paisagem talvez seja a obra mais interessante de Tuyo, formado por Lio, Lay e Jean Machado. Aqui, o grupo vai além do pop contido de trabalhos como Pra Curar (2018) e Chegamos Sozinhos em Casa (2021), em que a construção de ideias circundava alguns trejeitos de artistas imersos em referências pós-MPBistas.

Paisagem, então, soa mais livre, mais robusto e feito com intenções mais genuínas em termos de um passo novo e diferente para o grupo. Novo porque as formações melódicas são mais inovadoras no contexto de sua discografia, com momentos dançantes (“Maravilha”) e quase psicodélicos (“Infinita”), ambos feitos com um ar de frescor que combina com os convidados que vão de JOCA, Arthur Verocai a Luedji Luna.

Apesar da excelente posição em que Paisagem coloca a banda, o álbum ainda parece preso a modelos passados ​​– e bastante desgastados – usados ​​aqui e ali para incorporar, seja com os vocais ou com a própria estrutura, o timbre já conhecido e presente no qual todos os trabalhos de Tuyo se apoiam. É difícil, portanto, provocar grandes mudanças que são necessárias, pois elas sim tornariam o projeto mais atraente.

Selo: BMG
Formato: LP
Gênero: Pop / Pós-MPB
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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