Crítica | Sugar Water


★★★☆☆
3/5

Maude Latour não se destaca vocalmente no cenário do pop; na verdade, sua voz se alinha ao padrão comum entre artistas femininas do alt-pop. Por isso, quando Sugar Water permanece na mistura básica de synthpop, electropop e alt-pop, dificilmente cativa o ouvinte.

As duas primeiras músicas exemplificam bem essa questão: são faixas pop extremamente genéricas, que até funcionam, mas deixam a impressão inicial de que Maude Latour tem pouco a mostrar. No entanto, conforme o álbum avança, ele se torna mais interessante, com canções que demonstram maior carisma e criatividade nas construções musicais.

“Too Slow” se destaca pelas baterias imponentes e os sintetizadores eletrônicos, acompanhados de uma das performances mais intensas da cantora. “Whirlpool” explora o psicodélico de forma intrigante, não apenas pelo tom misterioso da canção, mas também pela instrumentação diferenciada, especialmente no uso de guitarras psicodélicas, superando muitas tentativas semelhantes de artistas pop.

A faixa-título, “Sugar Water”, começa como um synthpop com toques divertidos de house e, gradualmente, adota um aspecto hipnótico. Já “Summer Of Love” é um electropop extremamente eletrizante, com versos marcados por batidas eletrônicas arrepiantes e um refrão pulsante e intensamente cativante. São nesses momentos, quando Maude Latour se permite escapar do ambiente comum do alt-pop, que ela revela todo o seu potencial e carisma.

Selo: Warner
Formato: LP
Gênero: Pop / Electropop, Alt-Pop
Davi Bittencourt

Davi Bittencourt, nascido na capital do Rio de Janeiro em 2006, estudante de direito, contribuo como redator para os sites Aquele Tuim e SoundX. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático, Pop e R&B.

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