Opinião | Com BRAT, Charli xcx mostra que eras pop ainda podem ser interessantes de acompanhar a longo prazo


O tempo passa e BRAT continua sendo o maior marco da música pop de 2024 até agora... e certamente um dos maiores da década.

Charli xcx deu mais um passo na era BRAT nesta quinta-feira (01), com o relançamento da faixa “Guess”, agora acompanhada de Billie Eilish. O sexto álbum de estúdio da cantora britânica já conta com remixes ao lado de nomes como Robyn e Lorde — que movimentou a internet sobretudo pelo histórico de um suposto desentendimento entre as duas. Essa estratégia vem funcionando, principalmente, para manter a repercussão do disco em alta.

Lançado há quase dois meses, no dia 7 de junho, BRAT foi muito bem recebido não somente pelos fãs de Charli, mas também pela crítica especializada. É, até o momento, o álbum mais aclamado de 2024 no site agregador de notas Metacritic. No entanto, o grande diferencial da obra se comparada com outros registros da música pop deste ano é conseguir manter o interesse do público a longo prazo.

 


Afinal, salvo exceções, foi-se o tempo em que eras de artistas pop tinham longevidade. Performances e videoclipes estão cada dia mais escassos, assim como entrevistas ou declarações públicas que funcionem para gerar expectativa e interesse para tais projetos. Neste ano, em especial, não foram poucos os álbuns de nomes consolidados no mainstream que pouco foram comentados após o lançamento. Dua Lipa, por exemplo, que manteve o aclamado Future Nostalgia em evidência por mais de dois anos, agora sucumbe ao esquecimento com o divisor de opiniões Radical Optimism.

BRAT pode não ser o maior sucesso comercial de 2024, tampouco quebrar recordes vangloriados por aficionados por charts. É, ainda assim, a era pop mais empolgante de se acompanhar em muito tempo.
Lucas Souza

Jornalista, escritor, noveleiro e movido a música desde que se entende por gente. Redator na Aquele Tuim e curador de MPB, Pós-MPB, Música Brasileira e Pop.

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