Crítica | 7


★☆☆☆☆
1/5

"Promiscuous", "Say It Right", "I'm Like A Bird", e "Maneater" foram hits que definiram os anos 2000 e consagraram Nelly Furtado como uma das grandes representantes do pop da época, especialmente com Loose, onde ela reinventou seu som, trazendo uma pegada mais dançante e influências de hip hop, com Timbaland na produção — outro gigante daquele período. Apesar de Loose ter sido um marco, os projetos seguintes de Nelly não tiveram o mesmo impacto, e ela acabou se afastando dos holofotes.

Recentemente, Furtado voltou a aparecer com o mesmo visual que a consagrou, fazendo participações em eventos como a festa de Charli XCX e uma memorável apresentação no Tiny Desk, em que relembrou seus maiores sucessos. A promessa era clara: a garota promíscua estava de volta, preparando um novo álbum após um longo hiato. Porém, as coisas não saíram como esperado.

7, seu sétimo álbum, lançado sete anos após The Ride, tenta seguir a fórmula de sucesso de Loose, apostando novamente em sons contemporâneos com a ajuda de nomes como Tove Lo, SG Lewis e Dom Dolla. O resultado é um disco dançante e celebrativo, com letras pessoais. No entanto, a execução falha em trazer algo realmente memorável. O álbum soa como qualquer coisa, murchando seu comeback em que ela tanto apostou e ainda sendo ofuscada pela concorrência, como Katy Perry, que, mesmo sem novos hits, foi a mais comentada no dia do seu novo disco, lançado no mesmo dia que 7.

O que prejudicou 7 foi a aparente obsessão de Nelly Furtado por tentar reconquistar o sucesso mainstream em uma era dominada pelo TikTok, onde qualquer música viraliza, independentemente de sua qualidade. O álbum carece de personalidade e originalidade, com músicas totalmente esquecíveis que, infelizmente, não fazem jus ao talento da cantora. A única coisa que se destaca é a voz inconfundível de Nelly, mas, para isso, é melhor revisitar discos como Whoa, Nelly! e outros trabalhos anteriores em que suas canções eram mais autênticas e bem produzidas.

7 é uma bagunça e me remete aquelas músicas remixadas forçadas que ninguém pediu. Apesar de tudo, ainda torço para que Nelly Furtado encontre um caminho que realmente faça sentido para ela, sem colocar a fama como prioridade. Quem sabe, com um pouco de sorte, uma das faixas possa ressoar com a geração do TikTok, onde hits aleatórios têm revivido carreiras, como da própria Nelly com o sucesso "Give It to Me", parceria de sucesso com Timbaland e Justin Timberlake. Mas Nelly não precisa disso. Ela tem talento, e espero que, em seu próximo passo, ela o coloque em primeiro lugar.

Selo: Nelstar
Formato: LP
Gênero: Pop
Vit

Sou a Vit, apaixonada pelo universo musical desde que me entendo por gente, especialmente por vocais femininos. Editora e repórter no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de Pop, MPB, Pós-MPB e Música Brasileira.

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