Crítica | ASTRO


★☆☆☆☆
1/5

Pedro Sampaio é um DJ e cantor que produziu diversos hits para artistas como Lexa e Anitta, incluindo hits solo que aproveitaram o máximo de tendências possíveis, como “Sentadão”, lançada quando o brega funk estava em ascensão no Brasil. Apesar desses hits serem bem conhecidos do grande público, isso não é sinônimo de qualidade, já que suas músicas, na maioria das vezes, usam artifícios extremamente semelhantes de um jeito enfadonho, e não divertido ou algo assim. Em setembro, Pedro Sampaio lançou seu segundo álbum de estúdio, ASTRO, em que ele afirma o óbvio e usa estruturas de produção de mídias sociais que, sinceramente, não é nada agradável.

O álbum começa com “FAMA” em parceria com a cantora Luísa Sonza, a faixa – e o álbum – é o clássico set de Pedro Sampaio: batidas repetitivas, letras também repetitivas e sem nenhum tipo de originalidade. O que realmente intriga é a fórmula usada por ele em todas as faixas, cujas semelhanças apenas deixam de marcar espaço em “POCPOC”, que mesmo usando os mesmos truques de sempre, tem uma construção melhor do que outros exemplos como “MELANCIA” e “TIRO SUA CALCINHA”, que são impossíveis de gostar. Uma música triste (no sentido que vocês devem imaginar) é “CAVALINHO”, um remix da sensacional versão original do hit carnavalesco do cantor Gasparzinho de uma década atrás; o remix é simplesmente ruim e sem vida, definitivamente conseguiu estragar a produção contagiante da versão original.

Por fim, sentar e ouvir um LP como esse me faz pensar o quão pouco criativa é a cena mainstream brasileira atual. Os poucos que buscam explorar algo além do comum são esquecidos e aqueles que se mantêm nessa estrutura comercial sólida, pobre e sem criatividade, se erguem cada dia mais. Será que algum dia teremos os bons e velhos tempos do pop novamente? Se depender de Pedro Sampaio e desse álbum, definitivamente não.

Selo: Warner Music
Formato: LP
Gênero: Pop
Lu Melo

Estudante de Jornalismo, 18 anos. Amante da música e da cultura pop desde a infância. Escreve para o Aquele Tuim, integrando a curadoria de R&B e Soul.

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