Crítica | Choque Eletrostático


★★★★☆
4/5

Em sua página oficial no Spotify, Natália Lebeis é apresentada como “cantora, compositora e produtora cultural” e que “em seu trabalho explora a plasticidade dos sons por meio da experimentação”. Fazendo jus a essa apresentação sobre seu primeiro álbum de estúdio, Choque Eletrostática, Lebeis nos convida a ouvir o que ela tem a oferecer à nova música brasileira — e não se engane, ela tem muito a oferecer.

Assinando a composição e os vocais principais de todas as sete faixas do projeto, Natália, por meio de poemas cantados e ritmados pelos sintetizadores pontuais de Jonas Sá e pelas guitarras suaves de Thiago Nassif, que aderem a efeitos essenciais, começa narrando sobre um amor que parece não ter lhe dado o devido valor na faixa “Égua Solta”, e continua suas reflexões psíquicas em “Choque Eletrostático”, um rock alternativo cheio de distorções que criam essa ambiência de espaço perdido/confuso que nos aprisiona continuamente em um lugar de endereço indeterminado.

Ela segue, então, sua jornada saindo das camadas sonoras introspectivas para uma coleção de paisagens que se aprofundam em ritmos característicos da música popular brasileira, casando-os com sintetizadores cintilantes e experimentações que ousam ser telas de arte abstrata em formatos sonoros, que sintetizam o que a gênese de Choque Eletrostático tem que ser em essência: um sobressalto que impele ao ouvinte a necessidade de querer mais de Natália Lebeis.

Selo: Toca discos
Formato: LP
Gênero: Experimental / Pós-MPB, Eletrônica
Joe Luna

Futuro graduando de Economia Ecológica (UFC), 22 anos. Educador ambiental, e redator no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de MPB, Pós-MPB e Música Brasileira e Música Latina/Hispanófona. Além disso, trago por muitas vezes em minha escrita uma fusão com meu lado ambientalista.

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