Crítica | "cor"


★★★☆☆
3/5

O pardo é uma das questões mais divisivas nos estudos raciais brasileiros, que escancara suas complexidades quanto aos aspectos históricos, geográficos e sociais. Em “cor”, o paraense Reiner se dedica a tratar sobre esse espaço de não-lugar que ocupa — e ele está “exausto”. Com referência à exposição de Maxwell Alexandre no Museu de Arte do Rio, chamada “Pardo é Papel”, nos primeiros versos, a faixa é direta e traz uma confluência desacelerada entre o samba e a cumbia, que transparece a sua vulnerabilidade o tema. Apesar da clara provocação, o intuito de Reiner é defender que raça no Brasil não se trata da dicotomia preto e branco, principalmente se tratando de povos indígenas, caboclos e ribeirinhos amazônidos — e, mesmo que haja discordâncias, ele consegue fazer isso muito bem.

Selo: Caqui
Formato: Single
Gênero: MPB, Pós-MPB e Música Brasileira / Samba
Felipe

Graduando em Sistemas e Mídias Digitais, com ênfase em Audiovisual, e Estagiário de Imagem na Pinacoteca do Ceará. É editor do Aquele Tuim, contribuindo com a curadoria de Música do Continente Africano.

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