Crítica | Death or Glory


★☆☆☆☆
1/5

Death or Glory é, infelizmente, um dos álbuns mais desinteressantes do ano. A sensação que ele deixa é de uma reciclagem das piores fases de bandas como Måneskin e Panic! At The Disco, resultando em uma versão genérica da nostalgia emo. O problema não está na nostalgia em si — afinal, o movimento emo tem um legado — mas sim na incapacidade do Palaye Royale de modernizar seu som e se diferenciar de outros artistas contemporâneos.

O álbum é uma coleção de faixas esquecíveis, que talvez só agradem àqueles que ainda estão imersos no movimento emo, e mesmo assim, com ressalvas. A experiência de ouvir o disco se torna cansativa, com a impressão de que ele nunca saiu da primeira faixa.

Se estivéssemos nos anos 2000, algumas músicas poderiam até fazer sentido em trilhas sonoras de filmes adolescentes do Disney Channel. "Hot Mess", por exemplo, funcionaria bem no final de uma comédia romântica clichê, aquelas que acabamos gostando por puro escapismo. Esse talvez seja o único ponto positivo do álbum, além da voz do vocalista, que, embora agradável, não traz nada de inovador ou marcante. A produção soa como um projeto superficial de um adolescente tentando se destacar por um estilo mais sombrio, mas preso às referências mais óbvias e desgastadas.

Death or Glory levanta uma reflexão sobre como as modas do passado são revisitadas na música atual. Simplesmente replicar o que já foi feito não é suficiente; é preciso trazer algo novo e único para se destacar. Caso contrário, o resultado é um trabalho datado, que não consegue ir além de sua própria tentativa de resgate nostálgico.

Selo: Sumerian
Formato: LP
Gênero: Rock / Pop Rock
Vit

Sou a Vit, apaixonada pelo universo musical desde que me entendo por gente, especialmente por vocais femininos. Editora e repórter no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de Pop, MPB, Pós-MPB e Música Brasileira.

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