Crítica | #gigi


★★★☆☆
3/5

skaiwater é um nome que tem tudo para se tornar uma das grandes esporas do R&B alternativo. Seu som é facilmente identificável, caracterizado pelo abuso do autotune, evocando uma estética travis scottiana, que confere aos seus vocais caminharem por um certo futurismo, permeada por influências do pop rap da costa leste dos Estados Unidos.

#gigi, lançado em junho, é possivelmente o ponto mais alto das explorações musicais de skai até agora, marcado por elementos eletrônicos que alimentam samples desregulados, mas em sintonia com as tendências recentes do hip hop. skai tem o talento de evitar os clichês do gênero e, em vez disso, criar algo próprio. O álbum é um exercício autorregulador, pois enquanto há uma força por trás de cada batida ou rima colocada na mesa; há também uma pilha de elementos extras, que, dependendo da perspectiva, podem ser considerados dispensáveis ou não, mas que são usados com a devida atenção. 

Um exemplo claro disso é o funk em “richest girl alive”, uma das melhores incorporações do produto brasileiro nessa onda global que pegou Kanye West e Beyoncé quase simultaneamente. Aqui, o tom estrondoso e a sequência bem construída de “choke” criam o contexto perfeito para a ideia de experimentação eletrônica usada ao longo do álbum. São esses detalhes que elevam o que skai vem tentando fazer.

Selo: GoodTalk
Formato: LP
Gênero: R&B / Hip Hop
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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