Crítica | Luck and Strange


★★★★☆
4/5

Quase uma década sem David Gilmour dar as caras, na última sexta-feira (06) fomos agraciados pelo lançamento de Luck and Strange. Sucedendo Tattle That Lock, de 2015, são nove faixas, dentre elas um cover de "Between The Points" do The Montgolfier Brothers, trazendo (surpreendentemente) sua filha, Roamany Gilmour.

Um dos destaques é a faixa-título, em que Gilmour traz o falecido Richard Wright para uma jam session gravada em sua casa. Richard Wright nos deixou em 15 de setembro de 2007 e, para nós, fãs, é um dos maiores presentes para poder matar a saudade do pianista.

Com expectativas altíssimas de todos os fãs, tanto do próprio Floyd quanto daqueles que ainda exploram as carreiras solo de cada um dos integrantes, Luck and Strange é a prova real de que David Gilmour ainda traz traços de sua antiga banda em sua chama, tanto no estilo de cantar quanto nos solos de guitarra nas faixas — preste atenção em "Scattered", que tem uma produção magnífica. Sim, as expectativas eram altas, o que te levará a ver que elas eram, na verdade, baixas, devido à grandiosidade do álbum.

O novo álbum lembra "Wish You Were Here" e certas faixas de The Dark Side Of The Moon, mas com um toque sonhador de “Sings”, e a faixa bônus "Yes, I Have Ghosts", que é uma valsa celta movida a harpa (!). Luck and Strange beira o brilhantismo e a comoção, e é certamente um dos, se não O, melhor álbum de sua carreira.

O tempo passou, sua voz ficou rouca. Contudo, David Gilmour ainda tem uma linguagem na guitarra que é reconhecível. Enquanto o ritmo é deliberado e introspectivo, o álbum mostra a capacidade duradoura de Gilmour de criar paisagens sonoras envolventes que se equilibram a novos elementos. Ouça sem medo de se levar. David Gilmour sabe o que faz.

Selo: Sony Music
Formato: LP
Gênero: Rock
Victor Persico

Nascido em Santos (SP), formado em Jornalismo e estudante de Publicidade e Propaganda, social media e colecionador de discos. Crítico, colunista e redator, já colaborou com outros blogs culturais, fazendo coberturas, resenhas e entrevistas, sendo também administrador do Som na Vitrola no Instagram. É redator do Aquele Tuim, fazendo parte da curadoria de Rock.

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