Crítica | “Pantufas”


★★★★☆
4/5

Quando George Clinton criou sua menina dos olhos — o projeto musical Funkadelic — em 1968, a ideia de groove era um titã cultural que permeava grande parte da música norte-americana, uma assinatura rítmica inconfundível e que urgia a dança. Desde então, a ideia groovy e as características que eram tão intrínsecas ao funk e ao disco têm minguado, quase como se os tempos modernos fossem muito impetuosos para o cool do groove.

Numa tentativa de mostrar que não há vida tão boa que deixe de melhorar com a adição de um pouquinho mais de insolência, Meu Nome Não É Portugas, encabeçado por Rubens Adati, nos diverte com a deliciosa “Pantufas”, com linhas de baixo mordazes e um refrão synth maravilhosamente otimista, apesar da composição ter um toque agridoce, de quem segue vivendo mesmo com as ancas cansadas. É um manifesto sobre o poder do groove enquanto força envolvente e do poder de uma boa melodia.

Selo: Cavaca Records
Formato: Single
Gênero: R&B / Funk
Pedro Piazza

Pedro, 21 anos. Cursa psicologia e tem uma quedinha pelas abordagens mais abstratas. Ama todos os tipos de arte e em especial a música, que guarda um lugar essencial em sua vida, principalmente as mais barulhentas. Parte da curadoria de MPB e hip-hop no Aquele Tuim

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