Crítica | Som de Sobra


★★★★☆
4/5

De acordo com uma rápida pesquisa no Google, o som pode ser definido como “uma onda mecânica que se propaga através de vibrações em um meio, que pode ser sólido, líquido ou gasoso”. Assim, podemos concluir que o som pode ser produzido em qualquer lugar, sob qualquer circunstância ou a partir de qualquer coisa — tudo é som, até mesmo a ausência de som.

Ademais, Som de Sobra se utiliza de forma exímia dessa definição e conclusão pois é uma manifestação artística e criativa do percussionista, professor e pesquisador de construção de instrumentos de material reciclável, Felipe Fiúza, que mesclando os sons produzidos por esses instrumentos reciclados com inspiração afrourbanas e batidas eletrônicas, concebe peças interessantes, cheias de camadas e texturas fruto da mistura do material e imaterial.

Além disso, em sua conta oficial no Instagram, Fiúza mostra bastante como acontece todo seu processo de criação, da construção da instrumentação com sucata a aparelhagem tecnológica que encapsula toda sua arte no formato de música. Garrafas pets viram baquetas, restos de instrumentos danificados convertem-se em novos instrumentos, toneis de água tornam-se tambores; tudo consegue pelas mãos de Felipe se transformar em música – ele entende que o som nasce mesmo dos lugares mais inesperados e usa isso ao seu favor.

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Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Experimental / Eletrônica
Joe Luna

Futuro graduando de Economia Ecológica (UFC), 22 anos. Educador ambiental, e redator no Aquele Tuim, onde faço parte das curadorias de MPB, Pós-MPB e Música Brasileira e Música Latina/Hispanófona. Além disso, trago por muitas vezes em minha escrita uma fusão com meu lado ambientalista.

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