Crítica | Starchris


★★★★☆
4/5

Pop agonizante, Starchris é um apelo ao caos. A estreia de Body Meat (Chris Taylor) incorpora uma variedade quase inexistente de elementos em completa deformação para criar, na premissa mais básica, música pop. O álbum é cheio de glitches longuíssimos, uma mistura de instrumentação cacofônica e prensagem cinética de software que não dá pausa para digerir.

Aqui, tudo acontece em uma velocidade intransigente, com batidas avant-club que não apenas acenam para SOPHIE, mas fazem de sua onipresença um destaque na própria constelação de dimensões criadas pela noção de volatilidade na música pop. É o que muitos podem chamar de estágio avançado – posterior — do hyperpop, ou uma exploração que fica aquém de tudo que já vimos dele antes.

Na melhor demonstração de tudo isso, a faixa “Ōbu No Seirei (Spirit of an Orb)”, a distorção de violoncelos e flautas escorregadias se fundem com a intensa, mas pontual, carga vocal de Taylor que joga contra os caminhos que ele mesmo busca expor por meio de pausas, assobios industriais e uma explosão sonora sem fim que se intensifica a cada segundo... É o resumo perfeito de quão agonizantes são os apelos pop do artista para essa sua chegada avassaladora.

Selo: Partisan
Formato: LP
Gênero: Experimental / Eletrônica
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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