Crítica | wow, x


★★★☆☆
3/5

É quase impossível não se confundir com as infinitas possibilidades que a pianista e produtora belga maya dhondt cria em seu novo álbum, wow, x. Ela está destinada a não ficar parada, com seu curioso instinto pop que prescreve melodias frágeis sem a menor intenção de soar precisas ou conscientes da obviedade.

Momentos como a faixa sem título, ou “untitled”, que mistura piano, vocais e tomadas glitches, criam a base de wow, x. Há dedilhados rápidos, distorções vocais de fundo e microtexturas que dão a impressão de entrar em nossos ouvidos em um design de som que corresponde estritamente ao que a artista tem como algo próprio de sua criação.

Em outros momentos, como “minimal - invasiv”, maya parece querer evoluir de uma estrutura pop para algo mais densamente eletrônico. O resultado é uma espessa confusão de ansiedade, silêncio e vocais imersos em fragmentos temáticos que estão longe de se concentrar em uma única esfera narrativa; ao contrário, é o uso estético de palavras, frases e versos que dispensa uma formalização de significado.

Selo: VIERNULVIER
Formato: LP
Gênero: Experimental
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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