Crítica | BUTU



★★★☆☆
3/5

Capturar a agitação explosiva do próprio espaço é o que move os artistas advindos das periferias de Quinxassa. Capital da República Democrática do Congo e cidade francófona mais populosa do mundo, a vida pulsante e o caos, característico de uma grande metrópole, são os agentes que caracterizam as vertentes eletrônicas que tocam e se alastram pelos clubes.

Butu significa noite em Lingala, e KOKOKO! a escolhe para nomear seu segundo disco. Não por acaso, pois BUTU sabe desenhar o panorama da vida noturna de Quinxassa — e essa premissa já parte de “Butu Ezo Ya”, que captura as buzinas de um tráfego bastante movimentado nos seus segundos iniciais e, quase que abruptamente, faz seus instrumentos representarem os sons que permeiam a cidade.

O coletivo, que tem uma proposta totalmente maximalista e radicalizada, não tem freios em explorar as implicações dessa narrativa. Seus instrumentos DIY atordoam, não apenas pelo barulho e pelo volume, mas pela miscelânea de línguas, que variam de música a música, e em experimentar. KOKOKO! costuma se definir como "a trilha sonora do amanhã de 
Quinxassa", e não há nada mais certeiro que isso.

Selo: Transgressive
Formato: LP
Gênero: Música do Continente Africano / Congotronics, Dance-Punk, Experimental

Felipe

Graduando em Sistemas e Mídias Digitais, com enfoque em Audiovisual, e Estagiário de Imagem na Pinacoteca do Ceará. É editor adjunto do Aquele Tuim, integrando a curadoria de Música do Continente Africano.

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