Crítica | inHouse: DJ Ramon Sucesso


★★★★☆
4/5

inHouse, criado pela Sony Music Brasil e, dessa vez, encabeçado por DJ Ramon Sucesso, é um projeto destinado a mexer nas estruturas da música urbana atual. No segundo EP da série, o DJ explora um universo sonoro que vai para além das nossas expectativas; com distorções intensas e graves que parecem vir direto do asfalto. Ramon pega o que o funk tem de mais bruto e entrelaça a algo quase imprevisível. É um som que não segue regras, num momento o ritmo acelera, no outro ele se perde em sincopados, criando uma sensação de que nada está no lugar — e é isso que faz tudo se encaixar.

A faixa “Cardume”, com Puterrier, é um exemplo disso tudo. O ritmo parece te puxar para dentro de uma energia crua, onde o funk encontra o grime e o drill sem cerimônia. A cada passo tudo soa como um soco, ao mesmo tempo que traz uma estranha sedução, uma provocação que vai além do óbvio. Já “Sacanagenzinha”, “Sequência de Tapa” e “Quando Eu Te Chamar” seguem essa linha de serem diretas, explícitas, energizantes ao mesmo tempo que Ramon distorce, desorganiza e remonta, criando camadas que, a princípio, parecem um caos organizado, mas revelam um ritmo preciso que pulsa de forma inesperada.

Selo: Sony Music Brasil
Formato: EP
Gênero: Funk

Brinatti

Cientista Social com ênfase em Antropologia e Sociologia, 27 anos. É redator e repórter no Aquele Tuim, participando das curadorias de Funk e Pop.

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