Crítica | JAGUAR II : Deluxe


★★★☆☆
3/5

Contando com dez faixas inéditas, o deluxe do álbum que catapultou a carreira de Victoria Monét para um nível inédito de prestígio, tanto por parte do público quanto da crítica, é praticamente um disco à parte, mas talvez seja melhor encará-lo como uma forma de agradecimento aos fãs. Isso pode ser observado na própria cadência das faixas, que tendem ir para um ritmo mais relaxado, típico das famosas “slow jams”, como se fossem a trilha de fundo dos créditos finais de um filme, em contraste com a calorosidade que marcou os maiores destaques da obra original.

O maior problema desse relançamento, no entanto, é que a falta de polimento, e até mesmo de cuidado na escolha das adições, se faz muito evidente. São diversos os momentos que parecem inacabados, seja por conta de composições repetitivas e recheadas de trocadilhos vazios (“1900’s”, “The Greatest”), ou da completa descaracterização de suas referências (“Love Is Stronger Than Pride” é um cover extremamente robótico de uma das canções mais sensíveis de Sade). No final das contas, JAGUAR II : Deluxe é recheado de descartes que soam como descartes — talvez isso seja o suficiente para alimentar a curiosidade dos fãs, mas certamente não deixará uma impressão especial.

Selo: RCA
Formato: LP
Gênero: R&B / Pop
Marcelo Henrique

Graduando em Matemática Computacional pela UFMG e editor do Aquele Tuim, em que faz parte das curadorias de Pop e R&B e Soul.

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