Crítica | Machete Mágico


★★★★☆
4/5

É curioso notar como a formação de Champetos del Jùjú é determinante na culminância dos seus meandros sonoros. Não se trata apenas de mera localização — com membros de El Salvador, México, Nova Zelândia e Togo —, mas principalmente das intersecções culturais que são formadas e friccionadas a partir desse contato. O resultado é a celebração irreverente dos ritmos afrolatinos, que opta por percorrer caminhos não habituais da música experimental.

Machete Mágico mergulha em um ambiente propício para essas proposições: a festa; mas não no início, no ápice do fervo ou perto do fim. Na verdade, o ponto de partida é aquele momento específico em que o espaço-tempo se confunde e a realidade parece se desmanchar em delírio.

A psicodelia transmuta de face à medida que as cinco faixas vão se adensando: champeta, sogó, cumbia e soukous ziguezagueiam entre saxofones, instrumentos de percussão e sintetizadores. É uma loucura que te arrasta pro epicentro, e você jamais irá recusar esse convite.

Selo: Púmbale Records
Formato: LP
Gênero: Música Latina e Hispanófona / Experimental, Champeta, Free Improvisation
Felipe

Graduando em Sistemas e Mídias Digitais, com enfoque em Audiovisual, e Estagiário de Imagem na Pinacoteca do Ceará. É editor adjunto do Aquele Tuim, integrando a curadoria de Música do Continente Africano.

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