Crítica | Sad Girl


★★★☆☆
3/5

Facilmente um dos discos mais divertidos para ouvir nessa onda de pop eletrônico que se volta aos clubes como ponto de partida de tendências e mais tendências. TSHA, no entanto, já vem trabalhando seu som nesse espaço há muito tempo, como na sua estreia com Capricorn Sun, de 2022, onde house e pop conversavam sobre como seguir caminhos de breaks progressivos até então vistos apenas no underground ou há muito tempo, em meados dos anos 2000. Aliás, como parte dessa onda, TSHA não hesita em olhar para trás. O maior destaque do álbum, "In The Night", ressuscita o eurodance de uma forma que realmente poderia ter sido lançada no auge do gênero de tão bem encaixada estilísticamente.

Todavia, Sad Girl não é apenas divertido; é também muito denso. Essa é a diferença que TSHA estabelece entre si e o pop que agora, mais uma vez, entra nos clubes para extrair o máximo do que está ali. Momentos como “Sweet Devotion” partem de construções típicas, básicas até, mas é tão rica em detalhes, grooves e uma atmosfera progressiva constante de repetições e melodias crescentes, que só funciona nesse contexto pelo tom que a produção tece sem precisar de uma literalidade enjoativa, como vemos em exemplos dos álbuns Timeless, de KAYTRANADA, e I Hear You, de Peggy Gou. Eu diria que TSHA está em um espectro semelhante ao deles, mas que se sobrepõe por suas intenções ao focar numa diversão mais bem pensada e heterogênea, sem se limitar a uma expectativa de agradar um público ou outro.

“Girls” a proper club anthem “for the girls and gays.

Selo: Ninja Tune
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / House
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

Postagem Anterior Próxima Postagem