Crítica | “São Paulo”


★☆☆☆☆
1/5

Esperta, essa Anitta. Para quem está de fora, seus versos em português em “São Paulo” até disfarçam sua tentativa de meses atrás de levar o crédito pela recente grande expansão do funk, cantando em espanhol e inglês no seu péssimo e manco Funk Generation (pop o suficiente para ser considerado totalmente industrial, não sobra uma gota de funk, só desastre geracional). Agora, ao lado de The Weeknd, o português realmente parece um grande aliado à sua falsa imagem de representante do funk – ao qual sequer ela pode ser considerada uma diva. O funk aqui é completamente sem inspiração, para dizer o mínimo. Entre tentativas de emular, transmutar e fundir o gênero com outros estilos mais definidos do pop, esta é sem dúvida uma das mais vagas. Se você disser que o vocal estilo MC de Anitta cantando “Bota na boca / Bota na Cara / Bota onde quiser” é, na sua completude de significados, funk, ainda estará faltando algo para dar lógica ao som que pega lascas do automotivo para criar ganchos mais próximos do synthwave que The Weeknd fica em dúvida se deve usar ou descartar diante da crueza melódica — tão assustadora para ele — do mandelão. Causa uma sensação estranha e nada positiva, e eu não diria que é devido a algum erro de diagramação ou pesquisa do seu autor principal, mas sim porque esse funk imposto aqui não existe. Pode se referir, lembrar ou qualquer coisa, mas não pode existir.

Selo: XO, Republic
Formato: Single
Gênero: Pop

Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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