Crítica | Taurus, Vol. 2


★★★★★
5/5

Já não é de hoje que parte da comunidade de trap e rap aponta como a cena feminina vem salvando o gênero e dando aula em produção, flow e composição, especialmente em um cenário que, especialmente no mainstream, estava saturado. Duquesa faz parte desse movimento e, desde TAURUS, tem sido um excelente respiro para a cena, com uma caneta muito potente e divertida, flow irretocável e produções certeiras.

Em seu mais novo álbum, Duquesa abre falando sobre angústia, "Ela (intro)" surge como uma música que parece definir o tom do álbum como algo denso, quase um desabafo. No entanto, logo em seguida, Duquesa inverte esse processo e mostra como o álbum que encerra o ciclo Taurus, é, na verdade, uma celebração. Trata-se de risadas, conquistas e afirmação. Duquesa pisa firme no chão, afinal tem o trabalho e a confiança para isso, e ri da indústria, debocha de macho e se afirma, sem medo algum de soar arrogante e ser grandona. É papo reto que esse álbum prova que ela é.

Passeando por várias sonoridades, com beats que instigam o ouvinte a cada música nova, Duquesa prova que joga nas quatro linhas, e mostra uma performance muito quente seja no trap, no drill, disco, r&b ou no vogue. Todos os feats são excelentes, com participações de peso como Tasha e Tracie, Yunk Vino, Jovem Dex, Urias e Baco Exu do Blues. E mesmo dividindo o microfone com esses grandes nomes, Duquesa não se mostra nada intimidada.

Mesmo que o disco tenha sido lançado há seis meses, ele segue tocando nos meus fones todo mês desde então. É impossível definir o grande destaque do disco com apenas uma música, porém "Voo 1360", "Pose" e "Disk P@#$%&!" são faixas especiais demais para não serem mencionadas.

Em resumo, ouçam este, que é sem dúvidas, o melhor álbum da cena neste ano. Ao final das 13 faixas, fica claro o motivo de Duquesa receber tantos elogios.

Selo: Boogie Naipe
Formato: LP
Gênero: Hip Hop / Rap, Trap
Postagem Anterior Próxima Postagem