Crítica | teenage nightmare


★★★☆☆
3/5

Desde 2020, Mad Tsai vem lançando suas canções de forma independente, utilizando e se apoiando nas redes sociais para divulgar todos os seus trabalhos. O cantor que, mesmo nascido nos Estados Unidos, declara as suas origens vindas da província chinesa de Taiwan e do Peru como uma das principais fontes de inspiração para as suas faixas, sempre aborda a temática queer numa tentativa de acolher e representar diversas pessoas em suas canções.

Após seu primeiro EP, chamado homecoming!, Tsai retorna com mais um projeto: teenage nightmare, que reúne singles lançados desde 2022 e é mais um lançamento que tenta quebrar o “sonho americano” de fazer músicas adolescentes para que a comunidade LGBTQIAPN+ se sinta presente em um lugar coletivo.

O novo EP transita entre diversas sonoridades, mas tem sempre a música Pop como centralidade. O pop rock de faixas como “teenage nightmare” e “what a shame” é um canalizador de tendências do momento, entretanto, as faixas rítmicas são as que mais se sobressaem no projeto. Um destaque certeiro é “in my head”, uma das canções mais melancólicas de todas, que consegue se sustentar em leves detalhes melódicos e escritos. A faixa interpola “The Avatar’s Love”, canção que faz parte da trilha sonora da série animada ‘Avatar: A Lenda de Aang’, e transmite um sentimento profundo de abandono tão presente que conseguimos perceber em trechos como:

Você encontrou alguém que eu não posso competir / Então acho que estou preso em te amar dentro da minha cabeça.


Referências a outras canções também são encontradas em “stacy’s brother”, que serve de um contraponto para “Stayc’s Mom”, um grande sucesso da banda Fountains of Wayne. Nela, ao invés de fantasiar e dar investidas na ‘mãe da Stacy’, Mad fala sobre um relacionamento escondido envolvendo o irmão atleta da garota, e todas as colocações são feitas com muito sarcasmo, como uma conversa entre duas pessoas.

Em teenage nightmare, Mad Tsai consegue abordar temáticas queer em canções joviais de um jeito acurado, tornando o projeto de 28 minutos um momento leve, divertido e compreensivo em todas as situações impostas nas canções.

Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Pop / Pop Rock, Alt-Pop

João Vitor

20 anos, nascido no interior da Bahia e graduando em Ciências da Computação. Faz parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático no site Aquele Tuim.

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