Crítica | Tidal Memory Exo


★★★☆☆
3/5

Confesso: não gostei muito de Tidal Memory Exo quando ouvi pela primeira vez. Para ser ainda mais honesto: isso acontece comigo o tempo todo. Mas não há nada que uma nova audição não possa consertar, especialmente quando existe uma espécie de pressão para ver o que é interessante em um álbum como este. Pessoalmente, acho difícil manter um conjunto constante de gostos bem definidos por um certo período de tempo. Dar tempo ao tempo é o que me faz gostar dele agora.

Tidal Memory Exo é um álbum bastante direto quando se trata de suas explorações eletrônicas. Grande parte do motivo pelo qual o rejeitei no início é por causa da comparação que fiz entre ele e Dennis, de Sega Bodega. Ambos partem de uma pressurização vocal gélida (“Alloy Flea”), que lida com breaks de IDM numa adaptação de deconstructed club muito comum do UK bass. São momentos que parecem seguir essa fórmula sem desvios, o que causa uma estranheza tanto no álbum quanto no que experienciamos fora dele.

Mas mesmo com essa consideração, é impossível ignorar o quão longe Iglooghost quer ir — e ele vai. A música eletrônica tem essas aberturas que, de fato, só o tempo pode dar sentido. A ferrugem, que corroi as melodias cortantes, e que pode ser vista através da maresia imaginada na capa do álbum, é o que o torna diferente; seja da minha comparação, seja porque ele realmente expande positivamente algo que antes poderia ser visto como um ponto negativo, pelo menos para mim.

Selo: LUCKYME®
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Deconstructed Club
Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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