Crítica | WHU IS ME : Complex


★★☆☆☆
2/5

Após quase oito anos de carreira no PENTAGON; fazer uma sub-unit com Hyuna e DAWN; compor músicas que foram grandes sucessos; um hiato devido ao serviço militar obrigatório e a tentativa de reerguer-se na mídia através do reality show Boys Planet 999, o ídolo HUI retorna aos holofotes com o EP que marca sua estreia como solista – ainda que, três das quatro faixas sejam parcerias com outros artistas, e uma delas seja com um integrante do mesmo grupo que ele.

"Hmm BOP" foi a faixa escolhida para representar o EP para o público, e que escolha terrível. A música é tão estranha quanto ruim. A tentativa do cantor foi experimentar e fazer algo diferente, e ele conseguiu, mas não previu que, com uma estrutura indefinida, tudo pareceria uma bagunça. Sem contar que, nos versos de abertura, parece que HUI iria replicar a estreia solo de sua parceira de gravadora, Soyeon. Mas uma coisa é certa, ele sabe trabalhar bem com seus vocais, brincando e extrapolando da maneira que quiser.

A primeira b-side é "MELO" e conta com a parceria do rapper PARK HYEON JIN, e aqui é um exemplo de quando uma canção é boa produzida, ela consegue se destacar e ser boa. O refrão é animador com os trechos "Hi California / Dancing in utopia", também tendo uma grande ajuda do instrumental, que aumenta essa energia.

"Cold Killer" entra para a lista de músicas de k-pop que apelam para o rock após a ascensão de Olivia Rodrigo e "TOMBOY". E como esperado, soa como qualquer coisa que esteja sendo cantada por vários artistas da cena atual: uma batida trap melancólica e genérica que se mistura com um pop rock melódico.

A criatividade da construção conceitual do EP é excelente, pena que tenha sido toda usada nisso, faltando nas faixas. Uma das coisas que mais deve ser admirada nos álbuns sul-coreanos é a diferença e diversidade entre as faixas, mas raramente álbuns soam tão desconectados devido a mudanças bruscas, e infelizmente foi o que aconteceu aqui.

WHU IS ME: Complex abusa tanto das diferenças que chega a ser exagerado, como se o cantor quisesse mostrar a qualquer custo que consegue ser versátil e andar entre diferentes gêneros. As b-sides do disco poderiam soar melhores que a faixa-título, se fossem isoladas e trabalhadas dessa forma, mas no contexto desse projeto, é uma bagunça enorme.

Selo: CUBE
Formato: EP
Gênero: Música do Leste e Sudeste Asiático / K-Pop
João Vitor

20 anos, nascido no interior da Bahia e graduando em Ciências da Computação. Faz parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático no site Aquele Tuim.

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