Crítica | 3rd Shift


★★★☆☆
3/5

J.U.S é um membro da Bruiser Brigade que renasceu como uma fênix em 2024, lançando músicas e features uma atrás da outra no que parece ser um pico de criatividade na mente do rapper de Detroit — uma das melhores cidades para se procurar mixtapes de hip hop. Na sua colaboração com Squadda B, produtor de Oakland, ambos pulam de uma forma de fazer trap para a outra numa das junções de rap mais divertidas do ano.

A produção de Squadda B pega os clichês do cloud rap do começo da década passada e os enterra a sete palmos em um cemitério acabado, finalizando com uma garrafa de licor por cima. Por isso, 3rd shift é recheado de 808s saltitantes, samples vindas diretamente da fuligem de Detroit e hi-hats prontos para cortar um bife. Seus beats ou são simplesmente idioticamente divertidos ou apostam em timbres, mixagens e ritmos esquisitos, puxando, rasgando e dividindo formas clássicas de fazer trap.

As letras hilárias de J.U.S, performadas num tom de voz carismático e desleixado, não ficam muito atrás, complementando perfeitamente a esquisitice e intensidade da produção deixada por Squadda B. No fim, o apelo de 3rd shift é, de forma singela, só isso: diversão, variedade e criatividade. Para quem não costuma ouvir muito trap, a junção Detroit-Oakland pode parecer banal, mas quem engole mixtapes e álbuns do gênero constantemente sabe que essa combinação garante diversão do início ao fim.

Selo: Bruiser Brigade, SAVSRECORDS
Formato: LP
Gênero: Hip Hop / Trap, Cloud Rap, Hardcore

Sophi

Estudante, 18 anos. Encontrou no Aquele Tuim uma casa para publicar suas resenhas, especiais e críticas sobre as mais variadas formas de música. Faz parte das curadorias de Experimental, Eletrônica, Rap e Hip Hop.

Postagem Anterior Próxima Postagem