Crítica | Crias do RJ


★★★☆☆
3/5

O grande problema de Crias do RJ é a dificuldade de explorar o funk sem recorrer à superficialidade que impera atualmente no mainstream do gênero. Aqui, você se depara com nomes como Mc Kevin o Chris, Dj JR FELIX, MC Rodrigo do CN e outros que, sem precisar pesquisar muito sobre suas produções, são apáticos demais ao melhor do funk na atualidade — falo das distorções intensas, das batidas diferentes e de uma linguagem que se desvincula das amarras do pop. Crias do RJ é quase o oposto de tudo isso. Seu som é confortável, seus beats são enjoativos e soam datados demais. É estranho, porque a todo momento somos empurrados para o que parecem ser minutos intermináveis da mesma música, com repetições extremamente enfadonhas — e olha, repetição no funk é um artifício 100% rentável. No final das contas, o álbum se encontra em uma situação embaraçosa de querer dialogar com um formato que agrade aos algoritmos do Spotify para que ele possa chegar ao maior número de pessoas possível, nadando contra a corrente de tentar algo diferente, já que isso significa, na maioria dos casos, uma vontade artística que falta aqui.

Selo: Tropa do Bruxo
Formato: LP
Gênero: Funk

Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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