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5/5
Neste último sábado, o Allianz Parque, em São Paulo, recebeu Lenny Kravitz para um show memorável, que também contou com apresentações de abertura de Liniker, Lianne La Havas e Frejat. A inclusão de Liniker e Lianne como atos iniciais foi um acerto, conectando artistas de diferentes gerações ao público de Lenny Kravitz. Além disso, Liniker, impulsionada pelo sucesso de CAJU, seu mais recente álbum, trouxe um público mais diverso ao estádio.
Liniker foi a primeira a se apresentar, com o estádio ainda bem vazio. Apesar disso, era notável que alguns ali estavam exclusivamente para vê-la, aproveitando a nova turnê da artista. Com um setlist recheado de seus maiores hits, Liniker emocionou os fãs presentes e deixou sua marca em um público que, em grande parte, estava conhecendo seu trabalho pela primeira vez.
Em seguida, Lianne La Havas tomou o palco, enquanto Liniker, como fã declarada, desceu até a pista premium para prestigiar a artista britânica. No palco, Lianne agradeceu Liniker e trouxe uma apresentação aconchegante e centrada no seu elegante pop soul, além de trazer excelência em seus vocais.
No entanto, o ambiente de estádio e a luz do dia não favoreciam tanto a vibe de suas músicas mais introspectivas. Uma amiga comentou: “Eu adoro as músicas dela, mas preferia assistir esse show sentada”. E de certa forma, acabei concordando. Mas o ideal mesmo seria assistir aquela apresentação a noite em alguma casa de shows pequena, pois capturaria melhor a essência do som de Lianne. Inclusive, o show fez mais sentido quando o céu finalmente escureceu.
Frejat foi o terceiro a subir ao palco, e nesse momento, o Allianz começou a encher, especialmente com um público acima dos 30 anos, nostálgico por clássicos do Barão Vermelho e de sua carreira solo. Apesar de um desinteresse de alguns mais jovens, foi só o show começar para perceberem que conheciam boa parte das músicas. Frejat entregou uma apresentação enérgica e repleta de sucessos, mas o momento de maior destaque também foi o mais polêmico.
Durante “Pro Dia Nascer Feliz”, que encerraria seu set, o som foi cortado pela organização devido ao estouro no tempo permitido. Frejat ficou visivelmente constrangido, e o público, indignado, puxou um coro para finalizar a música por conta própria. Vaias ecoaram contra a produção, que recebeu duras críticas nas redes sociais. Mais tarde, Frejat agradeceu o carinho e apoio do público e demonstrou sua insatisfação com o ocorrido.
Finalmente, chegou a vez de Lenny Kravitz. Com sua marca registrada de sensualidade (levada ao extremo em “Low”), ele fez o público vibrar com sua presença magnética. Gritos — muitos deles femininos e cheios de entusiasmo — ecoavam durante todo o show, com as palavras mais obscenas possíveis de tanto desejo dos fãs pelo cantor. Não dá pra negar, ele é mesmo irresistível!
A apresentação foi impecável não apenas pela presença de Lenny, mas também pela estrutura visual. Os telões apresentaram visuais hipnotizantes, arrancando elogios de amigos que estavam ali comigo e não conheciam tanto o show do cantor. Ele manteve o público engajado até o final, reservando seus maiores sucessos para o fim da noite. Foi hit atrás de hit, fazendo com que todos cantassem em coro os seus maiores sucessos. Foi extremamente bom estar ali para ouvir ao vivo no meio de tantas pessoas músicas que estão na minha vida desde sempre.
Para mim, o show foi inesquecível e o segundo melhor que assisti esse ano perdendo apenas para Madonna. No entanto, mesmo com o show principal, o Allianz não estava lotado. Muitos dos presentes só compareceram porque ganharam ingressos de alguma forma, provando que o problema não é o artista e nem a falta de interesse do público, mas sim os preços altíssimos nos ingressos, fazendo com que a gente pense um pouco mais antes de investir nosso suado dinheiro ali.