Crítica | “Punish”


★★★★☆
4/5

Preacher’s Daughter, primeiro álbum da cantora e compositora Hayden Anhedönia, ou Ethel Cain, não abraçava a principal fonte do gênero escolhido pela artista em sua arte: o slowcore. Este é um gênero surgido em meados dos anos 1990, com bandas como Low, Codeine e Red House Painters, com texturas atmosféricas, bases minimalistas e melancolia lenta e catatônica. O primeiro disco de Ethel, lançado em 2022, tinha pouco disso, acrescentado ao maximalismo de canções como “Thoroughfare” e “Gibson Girl”, com elementos de rock psicodélico e americana.

Em seu novo single, “Punish”, estreando uma nova era para um EP ou álbum, Hayden abraça de vez a tradição esparsa do slowcore. Presentes na faixa de 7 minutos, está Angel Diaz, ou Vyva Melinkolya, tocando lapsteel e guitarra baritona que estabelece o lado mais atmosférico do gênero. O resultado é cortante, letárgico, amargo, repetitivo e magnífico. “Punish” é mais gótica que suas antecessoras, e encerra com guitarras de doom metal, obviamente, remetentes a “Ptolomea”, também do Preacher’s Daughter. Porém, Ethel Cain demonstra que era possível deixar sua arte mais obscura.

Selo: Daughters of Cain
Formato: Single
Gênero: Pop / Slowcore

Vinicius Corrêa

Estudante de Jornalismo, 22anos. É colunista da Agência UVA e apaixonado por música. Faz parte da curadoria de Experimental, Eletrônica e Funk e Folk e Country do Aquele Tuim.

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