Crítica | Something Ephemeral


★★★★☆
4/5

Something Ephemeral, diferentemente da grande maioria dos álbuns de música ambiente de 2024, é bem direto na ideia de, entre muitas coisas, induzir um estado de relaxamento. Essa percepção não é apenas uma observação externa da obra, mas sim parte de como Alaskan Tapes busca criar camadas e organizar gravações entre acordes de guitarra tão lentos e pensativos quanto familiares. É interessante notar que, apesar de bastante fixo nessa exposição direta, Something Ephemeral também funciona — e muito bem — na forma como varia seus longos minutos de silêncio e calma, aproximando-se assim de dimensões além daquelas que estão disponíveis na mixagem e, de certa forma, na condição falha de uma caixa inviolável na qual a música ambiente muitas vezes é colocada (de uma música sem variações, repetitiva e meditativa). Momentos como “The Sound of Swimming Underwater” deixam clara a busca do álbum por associar sons a algo que eles de fato não correspondem/não fazem parte. É pura imaginação.

Selo: Nettwerk
Formato: LP
Gênero: Música Ambiente

Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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