Crítica | Spiral


★★★☆☆
3/5

Brooke Candy mostrou um interessante crescimento artístico com Candyland, seu segundo álbum de estúdio, também lançado neste ano, aprimorando suas principais qualidades que estavam camufladas em seus primeiros trabalhos por erros notáveis.

O som de Candyland foi marcado por uma direção mais forte para a club music, o que se destacou porque essas abordagens se ajustavam de forma excelente à sua personalidade descontraída. Spiral segue de certa forma o caminho que seu esforço artístico anterior traçou para ela. Aqui, no entanto, a execução se mostra com menos força.

Sua primeira metade é decepcionante, sinalizada por tentativas de emular aspectos do EDM que está em alta, lembrando principalmente a tendência que Charli xcx ditou com BRAT, mas que aqui falham em trazer a energia estimulante que marca o álbum da artista britânica. A performance de Brooke Candy é inexpressiva e a eletrônica, embora adote uma estética suja e densa de electropop para soar mais intensa, parece sem força suficiente.

No entanto, há uma mudança drástica de qualidade a partir da segunda metade. É aqui que seu potencial para operar com esse som é demonstrado com toda sua intensidade. O caráter abrasivo e o timbre imponente, responsáveis por ditar o ritmo instigante dessas faixas, destacam-se como as principais qualidades da produção, enquanto o carisma da artista consegue transformar a abordagem de sua sexualidade desavergonhada em algo muito divertido a partir de sua interpretação. Brooke Candy ainda está longe da excelência de suas propostas musicais, apesar disso, parece caminhar para um futuro artístico empolgante.

Selo: Independente
Formato: LP
Gênero: Pop / Eletrônica

Davi Bittencourt

Davi Bittencourt, nascido na capital do Rio de Janeiro em 2006, estudante de direito, contribuo como redator para os sites Aquele Tuim e SoundX. No Aquele Tuim, faço parte das curadorias de Música do Leste e Sudeste Asiático, Pop e R&B.

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