Crítica | Leon


★★★☆☆
3/5

Poucos devem conhecer, mas Leon Bridges é um espetáculo à parte. Suas obras trazem fortes elementos do soul, em que ele sempre busca novos ares para explorar e colocar sua essência – pelo menos uma parte dela. Leon nos conta memórias da juventude e da carreira do artista e, ainda que suas escolhas tenham prejudicado seriamente as abordagens que seu novo trabalho traz, há coisas que me agradam.

O objetivo deste LP é óbvio: mostrar sua trajetória durante a adolescência e o início da vida adulta. Durante a primeira metade do disco, veremos bastante dessa proposta, por exemplo, em momentos que ele revive memórias de lugares onde o pequeno Leon passou (“Panther City”). Mas, após esse início consistente, caímos na falácia de lirismos genéricos sobre amor e sexo, que abrem rupturas dentro de uma obra que até então havia se iniciado bem. É como se o conteúdo de sua narrativa estivesse esgotado após a sexta faixa, causando um dano irreparável até o fim do disco.

Apesar disso, há de se destacar o quão bem contadas as histórias de Leon são durante a primeira metade. Houveram momentos em que só precisávamos escutar o que ele tinha a dizer, como se tivéssemos em uma varanda de uma casa no interior ouvindo as boas memórias de um amigo distante. É lindo, porém, não vai além disso devido às suas escolhas errôneas na narrativa que se perde entre temas ora profundos, ora superficiais. Não há tantas desculpas para não dizer que Leon é o álbum mais fraco da carreira de Leon Bridges. Mesmo me agradando em alguns aspectos, ele não me faz querer permanecer o escutando novamente – é bem decepcionante.

Selo: Columbia
Formato: LP
Gênero: R&B / Pop, Soul
Lu Melo

Estudante de Jornalismo, 18 anos. Amante da música e da cultura pop desde a infância. Escreve para o Aquele Tuim, integrando a curadoria de R&B e Soul.

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