Uma lista com Rafael Toral, Antonina Nowacka, Alaskan Tapes, Jessica Ekomane & Laurel Halo, KMRU e mais!
Música ambiente é sempre um espaço interessante de renovação e inovação para a música anual, por se tratar de um gênero que dialoga muito bem com elementos experimentais. Esse ano não foi diferente, e trouxemos o que consideramos os dez melhores discos do ano. Confira:
10.
Há, em Somewhere, left behind, rupturas no que diz respeito à fórmula de música ambiente, como em “Like a Floating Leaf”, cuja atmosfera é perturbada por uma escalada de microssons e texturas que funcionam em completa imensidão, com fragmentos de diálogo e uma ondulação que se mantém firme antes do seu desmembramento. É, mais do que uma imposição interessante quanto à literalidade dos meios, um registro melancólico e que desfere golpes penetrantes em quem se aprofunda na sua audição aparatosa. — Matheus José
9.
O mais diferente desse disco é sua característica dançante. Embora não tenha uma proposta parecida com o ambiente mais tradicional, advindo das experimentações com rock de Brian Eno, esse álbum remete a uma experiência parecida, caso tivesse sido feita com princípios da música eletroacústica e alguns gêneros da EDM. — Tiago Araujo
8.
Something Ephemeral, diferentemente da grande maioria dos álbuns de música ambiente de 2024, é bem direto na ideia de, entre muitas coisas, induzir um estado de relaxamento. Essa percepção não é apenas uma observação externa da obra, mas sim parte de como Alaskan Tapes busca criar camadas e organizar gravações entre acordes de guitarra tão lentos e pensativos quanto familiares. — Matheus José
7.
Contando com colaboradores como a harpista Mary Lattimore e o multi-instrumentalista Jefre Cantu-Ledesma, Soft Power entrelaça guitarras acústicas, flautas e sintetizadores em uma paisagem sonora que afirma delicadeza como potência. A faixa de abertura, “Future Sand”, estabelece um tom simplista que é propositalmente contrastado com faixas que crescem em textura. As composições de Feinberg evocam uma experiência bucólica, que convida o ouvinte a abraçar a beleza na transitoriedade da vida. — Mateus Carneiro
6.
O novo disco de Dawn Chorus and the Infallible Sea, trio formado por Zach Frizzell, Marc Ertel e Damien Duque (City of Dawn), conta com composições fluidas e instrumentações que se inclinam para arranjos de cordas, de certa forma rompendo com trabalhos anteriores, onde a sonoridade do grupo se concentrava no drone carregado de guitarras. Reveries tece atmosferas de introspecção e uma busca por um respiro em meio a um mundo cada vez mais acelerado. — Mateus Carneiro
5.
Field Recordings é uma técnica que dialoga quase sempre de forma interessante com a música ambiente. Por se tratar de uma técnica (ou gênero) que busca sempre capturar barulhos, é interessante ver como isso opera junto a um gênero que tradicionalmente busca minimizá-los, por meio de harmonias simples. KMRU traz esse diálogo de uma forma muito interessante, entre a urbanidade e o minimalismo. — Tiago Araujo
4.
A simplicidade e clareza de sons em It Means A Lot, junto com os glitches mais dissonantes são uma parte extremamente memorável dos álbuns em 2024. Normalmente os discos de ambiente são aqueles que primeiro esquecemos, felizmente nesse caso não será, pela construção de texturas, especialmente. — Tiago Araujo
3.
Inspirada por paisagens desertas, Antonina Nowacka busca com sua música criar um mundo ficcional próprio, influenciado primariamente pela leveza do ar. A voz de Nowacka é o principal recurso do qual ela se utiliza para explorar a paisagem recém-criada e é também o que guia o disco, juntamente a instrumentos como flautas de bambu, cítaras e sons eletrônicos. O álbum reúne tudo que nos possibilitaria um gosto do que é estar em um lugar onde nada pesa, tudo flutua, tudo transcende. — Mateus Carneiro
2.
Apesar do formato de Manifolds/Octavia ser um LP, as duas peças têm diferenças claras entre si. Enquanto a primeira, “Manifolds”, de Jessica Ekomane, parece emergir de cortes, rupturas e melodias dispersas; “Octavia”, de Laurel Halo, é cercada de delicadeza. Nesta obra, a compositora transita entre suas assinaturas eletroacústicas que absorvem o minimalismo doce da música ambiente enquanto exibem um fluxo denso de instrumentais comandados por acordes de violão e violoncelo. É lindo. — Matheus José
1.
10.
Somewhere, left behind
0N4B
Há, em Somewhere, left behind, rupturas no que diz respeito à fórmula de música ambiente, como em “Like a Floating Leaf”, cuja atmosfera é perturbada por uma escalada de microssons e texturas que funcionam em completa imensidão, com fragmentos de diálogo e uma ondulação que se mantém firme antes do seu desmembramento. É, mais do que uma imposição interessante quanto à literalidade dos meios, um registro melancólico e que desfere golpes penetrantes em quem se aprofunda na sua audição aparatosa. — Matheus José
9.
The Three Hands of Doom
Scotch Rolex, Shackleton & Omutaba
O mais diferente desse disco é sua característica dançante. Embora não tenha uma proposta parecida com o ambiente mais tradicional, advindo das experimentações com rock de Brian Eno, esse álbum remete a uma experiência parecida, caso tivesse sido feita com princípios da música eletroacústica e alguns gêneros da EDM. — Tiago Araujo
8.
Something Ephemeral
Alaskan Tapes
Something Ephemeral, diferentemente da grande maioria dos álbuns de música ambiente de 2024, é bem direto na ideia de, entre muitas coisas, induzir um estado de relaxamento. Essa percepção não é apenas uma observação externa da obra, mas sim parte de como Alaskan Tapes busca criar camadas e organizar gravações entre acordes de guitarra tão lentos e pensativos quanto familiares. — Matheus José
7.
Soft Power
Ezra Feinberg
Contando com colaboradores como a harpista Mary Lattimore e o multi-instrumentalista Jefre Cantu-Ledesma, Soft Power entrelaça guitarras acústicas, flautas e sintetizadores em uma paisagem sonora que afirma delicadeza como potência. A faixa de abertura, “Future Sand”, estabelece um tom simplista que é propositalmente contrastado com faixas que crescem em textura. As composições de Feinberg evocam uma experiência bucólica, que convida o ouvinte a abraçar a beleza na transitoriedade da vida. — Mateus Carneiro
6.
Reveries
Dawn Chorus and the Infallible Sea
O novo disco de Dawn Chorus and the Infallible Sea, trio formado por Zach Frizzell, Marc Ertel e Damien Duque (City of Dawn), conta com composições fluidas e instrumentações que se inclinam para arranjos de cordas, de certa forma rompendo com trabalhos anteriores, onde a sonoridade do grupo se concentrava no drone carregado de guitarras. Reveries tece atmosferas de introspecção e uma busca por um respiro em meio a um mundo cada vez mais acelerado. — Mateus Carneiro
5.
Natur
KMRU
Field Recordings é uma técnica que dialoga quase sempre de forma interessante com a música ambiente. Por se tratar de uma técnica (ou gênero) que busca sempre capturar barulhos, é interessante ver como isso opera junto a um gênero que tradicionalmente busca minimizá-los, por meio de harmonias simples. KMRU traz esse diálogo de uma forma muito interessante, entre a urbanidade e o minimalismo. — Tiago Araujo
4.
It Means A Lot
Ulla & Ultrafog
A simplicidade e clareza de sons em It Means A Lot, junto com os glitches mais dissonantes são uma parte extremamente memorável dos álbuns em 2024. Normalmente os discos de ambiente são aqueles que primeiro esquecemos, felizmente nesse caso não será, pela construção de texturas, especialmente. — Tiago Araujo
3.
Sylphine Soporifera
Antonina Nowacka
Inspirada por paisagens desertas, Antonina Nowacka busca com sua música criar um mundo ficcional próprio, influenciado primariamente pela leveza do ar. A voz de Nowacka é o principal recurso do qual ela se utiliza para explorar a paisagem recém-criada e é também o que guia o disco, juntamente a instrumentos como flautas de bambu, cítaras e sons eletrônicos. O álbum reúne tudo que nos possibilitaria um gosto do que é estar em um lugar onde nada pesa, tudo flutua, tudo transcende. — Mateus Carneiro
2.
Manifolds / Octavia
Jessica Ekomane & Laurel Halo
Apesar do formato de Manifolds/Octavia ser um LP, as duas peças têm diferenças claras entre si. Enquanto a primeira, “Manifolds”, de Jessica Ekomane, parece emergir de cortes, rupturas e melodias dispersas; “Octavia”, de Laurel Halo, é cercada de delicadeza. Nesta obra, a compositora transita entre suas assinaturas eletroacústicas que absorvem o minimalismo doce da música ambiente enquanto exibem um fluxo denso de instrumentais comandados por acordes de violão e violoncelo. É lindo. — Matheus José
1.
Spectral Evolution
Rafael Toral
Rafael Toral aposta nas dissonâncias e técnicas experimentais para fazer um dos álbuns que, mesmo sendo um dos mais calmos e relaxantes do ano, não faz isso de forma convencional e consegue manter sua atenção em cada segundo durante toda a duração do álbum. —Tiago Araujo