Os melhores discos de música eletrônica de 2024


Uma lista com Tim Reaper, Coco Bryce, Nuno Beats, DJ Sabrina the Teenage DJ, RamonPang e mais!

O melhor da música eletrônica em 2024 seguiu a tendência dos últimos anos: uma efervescência de interpretações do passado e uma desvinculação cada vez maior dos padrões. Seja através de uma busca incessante por novas possibilidades ou pelo leve ajuste de tradições já consolidadas, os artistas se empenharam em ir além de músicas DJ-áveis ou meditações simplórias em IDM-ismos. Nesta lista, o Aquele Tuim selecionou os 10 melhores projetos de música eletrônica lançados em 2024, uma coleção que aborda uma ampla variedade de estilos, lugares e intenções artísticas. Confira:



10.
malandreo conceptual
Weed420


Weed420 e seu disco de estreia transfiguram o reggaeton em uma besta alienígena hiper-tecnológica faminta por cacofonia. Feito quase que unicamente por colagens de samples obscuros através do epic collage, a mixtape parece tomar vida própria enquanto anda pelos becos e vielas da Venezuela em busca de um novo caos para consumir. Sempre que acha uma vítima, uma de suas outras cabeças imediatamente encontra outra, caso contrário, comem as próprias cabeças; é um sistema de alimentação e retroalimentação assustadoramente belo. — Sophi





9.
Orienting Points
Build


Flutuando entre diferentes linhas do techno, Orienting Points oferece uma visão única da música eletrônica baseada no breakbeat e no microhouse. Há, em parte do disco, uma atmosfera instigante sobre o futurismo, um desejo intensificado pela forma como a tecnologia fornece elementos sintéticos usados aqui como música. — Matheus José





8.
AE_LYON_070524
Autechre


Entre todos os shows que eles fizeram esse ano, talvez o em Lyon seja o mais interessante. Nesses 87 minutos não tem nada que não seja surpreendente, que não te cause uma sensação mínima de desconforto, ou que seja hipnotizante. O brilho de Autechre e de seu show em Lyon é que eles aproveitam as dissonâncias extremas, a desconstrução de qualquer forma de melodia possível, a partir da técnica, ou decisões, que criem uma música que para dançar é impossível, mas te enlouquece se você ficar parado. — Tiago Araujo





7.
Cascade
Floating Points


Cascade, de Floating Points, dispensa a complexidade das interações do artista com a música clássica, o jazz e qualquer outro projeto que tenha realizado nos últimos anos — como a composição de trilhas sonoras para o San Francisco Ballet. Aqui, a música eletrônica ocupa o centro do palco, entre suas imersivas modelagens de house e techno — meios que Shepherd utiliza para revisitar o passado ou avançar rumo ao futuro. — Matheus José





6.
Scattersun
Fax Gang & 파란노을 [Parannoul]


Um grande nada. Um grande tudo. Para os membros da Fax Gang e Parannoul, qualquer coisa é suficiente para causar um caos imenso, mas, ao mesmo tempo, absolutamente nada importa; não existe convenção que não possa ser quebrada ou docemente ressignificada. Existe muito carinho posto em Scattersun, mas para onde ele é direcionado? Suas únicas manifestações são nos riscos de barulho e no úmido reverberar das texturas. É eletrônica? Rock? Hip Hop? Nada, é apenas a melhor representação do fervor da juventude em 2024. — Sophi





5.
Life Cycle Waves
RamonPang


RamonPang, desde 2021, vem coletando essa coisa interdimensional, com ambientes voltados para internet e samples que funcionam como verdadeiros socos que ele desfere através de seu IDM que se fragmenta em mil estações harmônicas. A todo momento, harpas e amostras vocais surpreendem como parte da intransigência do produtor em nunca finalizar suas linhas melódicas. É como se cada segundo de música fosse pensado para sofrer interrupções, ser distorcido ou se tornar um eco nostálgico. — Matheus José





4.
Hex
DJ Sabrina the Teenage DJ


Hex é a melhor ida à balada que você já foi com os seus amigos. É a criação de um ambiente de festa que, mesmo que você não esteja familiarizado, logo se torna feliz o suficiente. É fácil demais se deixar cativar, ainda que todo esse conforto seja parte de um esquema muito complexo de criação de música, são camadas e camadas de música, baterias, texturas… se chocando e misturando para dar ar ao novo. A vida não é mais a mesma depois daqueles primeiros 5 minutos de "Deep Down". — Tiago Araujo





3.
In Full Effect
Tim Reaper & Kloke


Jungle e energia são duas coisas indissociáveis. Você dá play em um álbum do gênero sabendo que não tem como ficar parado. Não é diferente com In Full Effect, o ritmo quase gera ansiedade, mas é sempre renovador, pois os artistas conseguem articular muito bem os elementos tradicionais do jungle com técnicas recentes, sintetizadores atmosféricos e decisões criativas de drumset. — Tiago Araujo





2.
Sai do Coração
Nuno Beats


Após acordar, encontrei uma lagartixa morta em minha janela, pálida. As pérolas dos olhos secas, cauda abandonada, gélida como um piso de granito. Parecia uma foto aquilo, a representação do último microssegundo de vida de um ser. A foto me cantava algo; não desvendei o que era. Tentei seguir minha vida, mas me senti horrível. Como pude continuar após uma morte tão visceral? Que coisa triste somos, usando almas de combustível. Conseguir viver com isso é impossível, mas Sai do Coração tenta explicar; música tão profunda assim é uma raridade. — Sophi



1.
MYORFR001
Tim Reaper & Coco Bryce


Em MYORFR001, Tim Reaper e Coco Bryce unem-se no seu afeito jungle para uma empolgante partida de ping pong. São 22 minutos de batidas e rebatidas de restituições eletrônicas do dub, sem brechas para falhas nos movimentos ágeis e cirúrgicos dos nossos atletas do set de dj. Os breaks saltitam, quicam, giram e curvam no ar enquanto os pés dos produtores tateiam o chão em pulsos lisos e densos de frequências baixas. Um jungle bem feito não deixa ninguém parado. — Sophi

Aquele Tuim

experimente música.

Postagem Anterior Próxima Postagem