Uma lista com Liniker, Tyla, Ravyn Lenae, Melly e mais!
O R&B foi muito importante para a música negra popular e, mesmo com a ascensão de outras formas de música popular afro-americana, como o hip hop, o R&B se mantém como um espaço com uma diversidade interessante de visões artísticas. Nessa lista, os redatores do Aquele Tuim listaram alguns dos melhores projetos do gênero que se destacaram em 2024, englobando diversos conceitos e artistas de uma variedade de espaços diferentes.
10.
Where The Butterflies Go in the Rain
Raveena
Where The Butterflies Go In The Rain é suave e autêntico. Raveena constrói uma jornada a partir do neo-soul e do R&B contemporâneo, mas também se estrutura em elementos de folk, nos acordes de violão e na voz doce da artista. Do início ao fim, somos instruídos indiretamente para sentarmos e sentirmos o que esse universo tão florido tem para nos apresentar; essa obra não é apenas um mero disco de neo-soul, mas uma experiência reconfortante para os dias mais primaveris do ano. — Lu Melo
9.
Two Star & The Dream Police
Mk.gee
Pode-se argumentar que há alguma confusão quanto à ideia, ou aos meios pelos quais Mk.gee busca propor sua entrada no R&B aqui, gênero que tem as raízes do soul como principal característica. A verdade é que essa coceira que arrumamos pra coçar não passa de uma indagação sem sentido. O R&B é tão claro em sua concepção estética quanto na forma como os temas se relacionam entre si e, principalmente, no estilo de canto empregado por Michael Gordon. Tudo caminha na mesma direção. — Matheus José
8.
What Now
Brittany Howard
Em seu segundo disco solo, Brittany Howard expande as fronteiras do soul à sua maneira. What Now é um registro revigorante e ambicioso, que lida com a liberdade tanto como laço temático que une as canções, quanto na forma de expressão de sua psicodelia, construída por meio de um trabalho de mixagem e texturização indiscutivelmente autêntico que transforma os instrumentais em peças vibrantes e singulares — tudo isso, claro, embalado pela voz incontestável de Brittany. — Marcelo Henrique
7.
TYLA
Tyla
No seu disco de estreia, Tyla renova algumas capilaridades do amapiano — gênero este que está longe de representar o R&B, se definindo como a atual seara mainstream da música pop e eletrônica sul-africana. Suas influências com o gênero, na verdade, advém de uma pressão mercadológica internacional comum à artistas africanos. É nessa situação que Tyla demonstra controle e personalidade suficientes em conseguir representar essas duas frentes e despontar como uma popstar promissora em ascensão. — Felipe
6.
Deliver Me
Demae
Demae é uma expoente do bom R&B que está sendo feito nos espaços descentralizados do gênero. Em Deliver Me, a britânica traz abordagens temáticas e estéticas que se aproximam mais das raízes do soul, desenhando uma atmosfera quase onírica repleta de sinceridade. Porém, a sua maior contribuição é causar uma reflexão indireta sobre formato — principalmente, de como o gênero pode se beneficiar criativamente de registros compactos. — Felipe
5.
CAJU
Liniker
CAJU é mais uma demonstração da excelência da artista em criar faixas fenomenais de R&B que são sofisticadas, apaixonadas e frequentemente românticas, juntamente com referências excelentemente incorporadas a gêneros brasileiros. Aqui, não apenas suas habilidades artísticas são exibidas, mas as possibilidades de seu trabalho também são aprimoradas por uma riqueza de abordagens à música brasileira mais ampla e o reforço de suas características musicais mais cativantes. — Davi Bittencourt
4.
Ten Total
1010benja
Seu som se posiciona na fronteira entre pop e R&B, ora pendendo para um, ora para o outro. Essa dualidade é o fator essencial em Ten Total, contendo os meios mais impressionantes de como, de que maneira e através do que fazer música pop com a mais pura noção de criar boas letras, melodias e ainda soar ousado. É um álbum que respira juventude e crueza, é paixão em meio a gritos, arranjos simples — mas muito bem construídos — e um desejo puro de ser o que, sem rodeios, se deve ser. — Matheus José
3.
Southside Bottoms
Dawuna
Dawuna apresenta um EP que transita entre as sonoridades do R&B, misturando vozes e arranjos sutis que reverberam como sombras no espaço. No início, a sonoridade causa desconforto, mas logo se transforma em uma experiência de experimentação pura. A fragilidade, crua e intensa, brilha como uma chama, enquanto as faixas se desenrolam lentamente, com uma pulsação vibrante que ecoa no corpo e na mente. — Antonio Rivers
2.
Amaríssima
Melly
Pérola do R&B nacional, Amaríssima mostra que Melly possui todo o maquinário necessário para se firmar como porta-voz do gênero no Brasil. É um disco que, apesar de seguir tendências do mercado internacional, não tem medo de soar brasileiro, e existe um senso real de autenticidade e representação nisso. Quando o trap dá espaço para o pagodão baiano em “Paraíso”, é como se Melly estivesse colocando uma marca própria em um estilo que a Internet insiste em chamar de morto. Amaríssima prova o contrário. — Marcelo Henrique
1.
Bird’s Eye
Ravyn Lenae
Se Hypnos, álbum de estreia de Ravyn Lenae, já a mostrava como um nome formidável para a cena R&B com algumas das músicas mais impressionantes do estilo lançadas no período, aqui ela busca expandir sua bagagem musical, ainda se mantendo em território acessível, misturando referências do R&B com subgêneros da música pop para construir um projeto bastante refrescante. — Davi Bittencourt