Crítica | 1/11


★★★☆☆
3/5

O primeiro grande destaque do funk de 2025 foi lançado pelo cara que produziu "34+35", "westside" e "main thing" da Ariana Grande. xavisphone também produziu "A Dona Aranha" da Luísa Sonza, mas isso não vem ao caso — vamos falar das coisas boas. 1/11 tem 3 músicas e 5 minutos de duração, e usa colagens — num esquema que já estamos acostumados com a robofonia do funk — através de uma mixagem nitidamente incomum (é profissa demais). O mais interessante é que ele faz tudo isso dentro dos limites (não há limites) e da sujeira (no melhor sentido) típica do gênero.

"automotivo do vuk vuk (mc vuk vuk)", por exemplo, faz parte da assinatura do vuk vuk, que primeiro ganhou vida como sujeito, depois como nome de um beat, e hoje é a principal motivação melódica (unindo esses dois sentidos de existência) por trás de seu uso em músicas como esta: a onomatopeia do vuk vuk. É nesse pequeno fragmento, em um pequeno espaço, que notamos o quão grandiosas são as ideias, ainda mais dado o contexto de um produtor com tanta experiência e alcance no pop, aprofundando-se no funk como estudo ou mesmo como parte integrante de uma novidade que para ele é indispensável. A escola do funk é universal, e quando respeitada e reverenciada como ele faz aqui, acolhe muito bem a todos.

Ouça: SoundCloud
Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Funk

Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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