Crítica | Black Tupi, Vol. 2


★★★★☆
4/5

Luiza Valentim, mais conhecida como Black Tupi, me deixou atônita. A artista é uma estrela em ascensão do soul, com claras referências a Tim Maia, em quem a música sempre teve um lugar no coração. No entanto, não precisei me aprofundar nos fatos para entender isso, porque em Black Tupi Vol.2 a paixão da cantora fica clara, enquanto ela transita por uma jornada pessoal sobre a luta da comunidade trans e indígena no Brasil, dentro de composições inteligentes e reflexivas.

Black Tupi Vol. 2 é, acima de tudo, transcendental. A fórmula mágica que Luiza usa aqui é o estilo “abrasileirado” do soul, com faixas catárticas que brilham em seu potencial máximo, como uma ótima abertura de show (“Chuva em Madagascar”). No entanto, há momentos de profunda reflexão sobre a vida que, para mim, são tão simples e genuínos que sentimos o porquê da necessidade de produzir este álbum além da arte. Ele é lindo (“Luiza Valentim Silva Vicente”).

Quase me faltam ideias para terminar esta resenha, pois sinto que há muito a ser dito sobre Black Tupi. O álbum é comovente, sincero e lindo; mesmo sendo uma artista independente, Luiza tem uma identidade que, apesar de suas inspirações, é quase completamente preenchida por sua própria motivação. Em suma, concluo uma sede de quero mais, com uma necessidade exacerbada de consumir uma mulher que, em poucas palavras, é essencial para a música brasileira.

Selo: Independente
Formato: LP
Gênero: R&B / Soul
Lu Melo

Estudante de Jornalismo, 18 anos. Amante da música e da cultura pop desde a infância. Escreve para o Aquele Tuim, integrando a curadoria de R&B e Soul.

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