Crítica | The Clancy World Tour


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Já é comprovado que o duo de Ohio possui um dos melhores shows e performances da atualidade, seja em festivais, estádios ou apresentações intimistas. Algo que chama a atenção é a interação com o público extremamente criativa, destacando momentos épicos e emocionantes durante as duas horas de espetáculo.

A chuva parece ter sido uma provação para assistir a apresentação; ela simplesmente não deu uma trégua durante o dia inteiro. Porém, no momento em que o primeiro som da bateria de Josh Dun ecoou pela ótima acústica do Allianz, o aguaceiro finalmente viu que seu lugar não era ali.

“Overcompensate” abriu a exibição de forma avassaladora; se havia alguma dor, incômodo ou cansaço no público presente nas pistas, se encerrou exatamente naquele momento. A clássica “Holding On To You” veio logo em seguida, acompanhada de “Vignette" – essa, sem dúvidas, a melhor parte do show – e o teleporte sensacional de “Car Radio".

O ritmo se tornou mais emotivo em “The Judge/Cut My Lip" (com direito a vídeo dos fãs no telão) e as românticas “The Craving” e "Tear In My Heart". Nesse momento, um show de luzes se alastrou pelo estádio, formando um espetáculo visual (que se repetiu em “Mulberry Street” e “Paladin Strait").

Mesmo com menos de um ano de lançamento, Clancy com certeza se destacou em meio a tantas músicas clássicas. Claro, a turnê tem o objetivo de promover o álbum, entretanto, todas as faixas do disco performadas obtiveram as melhores recepções do público. “Midwest Indigo”, "Next Semester" e "Backslide”, por exemplo, se sobressaíram perante os hits “Stressed Out”, “Ride” e "Heathens”, já manjados em todos os shows da banda.

No palco B, Tyler e Josh realizaram um mashup comovente de “Addict With a Pen”, “Migraine”, “Forest” e "Fall Away". Nesse momento, interagiram com fãs que estavam mais distantes do palco principal, já que o palco B de Tyler e Josh ficava próximo da pista comum e das arquibancadas.

De volta ao palco principal, a performance mergulhou de vez na história de Dema. Músicas como: “Navigating”, “Nico And The Niners” e “Heavydirtysoul" deram as caras, unidas a uma espécie de miniatura da cidade fictícia de Dema apresentada ao público.

“Lavish”, que possui uma das líricas mais cômicas da discografia do Twenty One Pilots, foi performada de maneira desinibida e divertida, com Tyler sorrindo para as câmeras e Josh jogando sua camiseta para os fãs da pista premium.

Os confetes e tambores de “Trees” encerraram a passagem do duo no Brasil com chave de ouro, seguido ainda de belos fogos de artifício para coroar a excelente apresentação do grupo.

The Clancy World Tour certamente será um divisor de águas na carreira de Twenty One Pilots. Os shows, que são projetados para arenas menores de 20/30 mil pessoas, podem ser facilmente revistos para públicos maiores em sua próxima turnê. As mais de 40 mil pessoas no Allianz Parque (o maior público solo da carreira do duo) provaram isso
Davi Landim

Meu nome é Davi, curso jornalismo e sou viciado em escrever sobre música. No Aquele Tuim, faço parte da curadoria de Rock.

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