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Louder, Please, a estreia de Rose Gray, é uma surpresa positiva para o pop; um trabalho que executa o dance-pop de forma sólida, em músicas que representam algumas das características mais excelentes desse tipo de produção. A obra trabalha com aspectos fortemente acessíveis e cativantes, perfeitos para o mercado pop dance, embora isso possa à primeira vista parecer um álbum usual do gênero — e, de certa forma, é —, Rose Gray tem tanta excelência em operar com esses moldes que consegue deixar o ouvinte deslumbrado em seu universo musical facilmente digerível e muito simpático.
São diversos os momentos em que sua capacidade de exprimir suas intenções com maestria é evidenciada. Em “Free”, os sintetizadores no refrão constroem uma energia animadora que capta perfeitamente a sensação de se sentir livre de tudo. “Wet n’ Wild” traz os pianos e synth-baixos house e as melodias repetitivas no gancho extremamente aderentes, daqueles que grudam instantaneamente na cabeça. “First”, uma das produções mais divertidas do disco, traz os sequenciadores e a bateria 808 em um ritmo frenético.
Apesar de ser essencialmente um projeto pop, Louder, Please mostra também as possibilidades artísticas da cantora para além do espaço do dance-pop, com momentos em que ela se aventura em estilos eletrônicos mais afastados desse cenário. Isso é curioso, pois demonstra Rose Gray não apenas como uma artista pop muito competente, mas um potencial curioso para a música eletrônica. “Hackney Wick” e “Louder, Please” são excelentes exemplos de como isso ocorre. Ambas trabalham com a eletrônica atmosférica, adentrando num ambiente alinhado à batidas dinâmicas que se balanceiam entre percussão house suave e breakbeats. No geral, Louder, Please é uma estreia excelente em representar as maiores forças artísticas da arte de Rose Gray em diversos âmbitos.
Selo: PIAS
Formato: LP
Gênero: Pop / Dance-Pop, EDM