Crítica | Ousadia & Batidas


★★★☆☆
3/5

Apesar do formato compacto, o disco Ousadia & Batidas, de Gabriel Seraff, encontra força no livre exercício de composição e produção, mergulhando fundo em batidas e ritmos com os quais o artista parece trabalhar sem grandes preposições que não a sua única vontade de ocupar as pistas. É um álbum simples, que transita por quase uma dezena de sonoridades incrustadas nas bordas da música eletrônica e que agora se tornaram fontes inesgotáveis de ideias que aqui soam tão descoladas quanto refrescantes.

Momentos como “Tomaladaca”, que encerra o álbum, permeiam o future house de uma forma que sugere estímulos já consagrados por nomes como Jamie xx, mas de uma forma mais tentadora e livre de convenções do que o artista britânico sequer imaginaria. Essa absorção de sentidos para criar algo próprio, em seu contexto, faz de Ousadia & Batidas um dos exemplos mais dinâmicos de como a música eletrônica instrumental brasileira tem fundamentos suficientes para caminhar com os próprios pés.

Selo: Independente
Formato: EP
Gênero: Eletrônica

Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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