Crítica | Worktops


★★★☆☆
3/5

Não fosse a facilidade do produtor britânico em deslizar pelo techno e pelas fusões locais do Reino Unido, Worktops não soaria fresco, seco e simples demais. É de fato tudo isso, mas o senso de consciência de Croft em dar sentido às suas micro-revoltas e pontes desorganizadas como em “Salty” não valeria nada nesse esforço de esterilizar esse lado da música eletrônica que parece ser feito de latão, e que por isso se adapta extremamente bem ao processo de reciclagem mental que temos ao focar em suas nuances estéticas e nada mais.

O rebite em “Kitchen Fever” e a confusão gradual de texturas e elementos do techno minimal, como a aparência mais analógica das reproduções sintéticas que miram os anos 80, dão profundidade aos loops e traços criados pelo artista enquanto ele busca sua própria orientação em meio a tudo isso. Ele consegue encontrar, e essa é a graça de Worktops como uma potencial amostra da furtividade de Croft.

Selo: Faux Poly
Formato: EP
Genero: Eletrônica / Techno

Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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