Classificação AT | Rock Progressivo



Conheça mais sobre o estilo que não teve receios de explorar estruturas não convencionais no rock.

Como o Rock Progressivo surgiu?

O rock progressivo, também amplamente conhecido como prog rock, é um gênero singular que teve origem no Reino Unido durante a segunda metade da década de 1960. Este estilo musical se destacou por ampliar os limites do rock tradicional já vistos na época que tendiam para o lado do pop muitas vezes, foi introduzido estruturas elaboradas e temas conceituais que o tornaram o gênero único. As primeiras bandas do gênero criaram um som característico ao combinar elementos do rock psicodélico, jazz, folk e música clássica.

Na década de 1970, o rock progressivo vivenciou um crescimento significativo, com um número crescente de artistas e bandas dedicadas a esse estilo. Nomes como Yes alcançaram ampla popularidade, consolidando o gênero como um dos mais inovadores e influentes do período.

O prog rock continuou com a mesma base do rock em relação aos instrumentos, porém muitos grupos musicais preferiram explorar sem receio a inclusão de instrumentos e sonoridades não convencionais. Entre os recursos utilizados estão sintetizadores e instrumentos de origem não ocidental, que acrescentam riqueza estrutural e uma amplitude maior à música. O rock já não era mais uma receita pronta que vinha em uma lata, era algo para os artistas colocarem em prática seu lado mais criativo e delicado.

Além disso, o rock progressivo se destacou no cenário musical por suas estruturas complexas, caracterizadas por variações, harmonias dissonantes e diversas seções sonoras únicas, resultando em composições ricas e detalhadas. Em essência, trata-se de um gênero que busca explorar caminhos pouco percorridos pelo rock convencional.

Como o Rock Progressivo soa?

O rock progressivo buscou fugir do padrão de repetição de refrão constante, assim estendendo suas músicas além dos 3 minutos que normalmente eram vistos como “ideais”. Muitas vezes as músicas chegavam/chegam a ter mais de 15 minutos, o que traz de volta toda a discussão de como a produção é minuciosamente detalhada para que não se torne cansativa de ouvir. As composições líricas do rock progressivo costumam adotar uma abordagem mais sofisticada em relação aos tópicos convencionais do rock e do pop. Geralmente, essas letras desenvolvem narrativas ou abordam reflexões filosóficas, proporcionando aos ouvintes uma experiência narrativa rica e envolvente.

No âmbito sonoro, observa-se uma constante busca por alternativas que transcendem o padrão tradicional do compasso. Essa inovação se manifesta por meio da exploração de novos andamentos, variações na dinâmica musical e uma abordagem mais flexível e criativa no tratamento dos ritmos. De modo semelhante, as harmonias características dos álbuns progressivos destacam-se pela sua sofisticação e complexidade, ultrapassando os limites das convenções presentes no pop e no rock tradicionais, ao mesmo tempo em que incorporam influências marcantes da música erudita. O emprego de estruturas modais como base para o desenvolvimento musical, aliado à experimentação com harmonias dissonantes e atonais, constitui um traço distintivo desse gênero.

Comentário pessoal

Quando comecei a ouvir rock progressivo minha visão de rock mudou significamente, era aquele tipo de pessoa que só ouvia o rock tradicional e no máximo um metal. O prog conseguiu me fazer ter mais curiosidade para estudar o rock e seus subgêneros, isso realmente me fez ser uma admiradora. A complexidade das músicas, a liberdade criativa nas composições e as influências de outras vertentes, como o jazz e a música clássica, me cativaram de uma forma que eu nunca havia experimentado antes. Meu conselho é que comecem a escutar mais o rock progressivo como uma forma de aprendizado também.

Indicações


Nursery Cryme
Genesis

Esse álbum certamente ajudou Genesis a se firmar como uma banda de rock progressiva, mostrou talento com uma abordagem única. Liricidade digna de um prog criativo.

Formato: LP
Ano: 1971




Thick as a Brick
Jethro Tull

Thick as a Brick certamente é um álbum convincente e envolvente, com aquele padrão de guitarra de abertura tranquilo e fluido apresentando um vocalista de voz fina que cativa qualquer um. Uma obra que te faz querer ouvir até saber imitar cada instrumento presente nas faixas.

Formato: LP
Ano: 1972  




“The Cave” Down to the Earth
Far East Family Band

Para quem teve Pink Floyd como seu primeiro contato com o rock progressivo, aqui está um álbum feito inteiramente inspirado na banda.


Formato: LP
Ano: 1975





Africa She Too Can Cry
Hawk

Contendo 12 faixas que oferecem uma interessante fusão entre o rock progressivo, ainda nos seus primeiros passos pelo continente africano, e o estilo psicodélico, ao mesmo tempo em que incorpora ritmos autênticos da região. Embora não seja uma obra de destaque excepcional, o álbum apresenta vários momentos notáveis.

Formato: LP
Ano: 2015





Vättarnas fest
Grovjobb

Os elementos progressivos, combinados com motivos folclóricos e alguns momentos de influência do jazz, são extremamente interessantes e cativantes, proporcionando uma atmosfera única às composições. O álbum é inteiramente instrumental, o que merece reconhecimento, pois não é algo fácil nos tempos atuais.


Formato: LP
Ano: 2023

Alícia Cavalcante

Graduanda em Química. Crítica no Aquele Tuim para as curadorias de Rock e Rap/Hip-Hop.

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