Crítica | “Abracadabra”


Um dos maiores problemas de Chromatica foi a forma como Lady Gaga conduziu suas composições (letras) junto aos arranjos e toda a construção sonora (incluindo as melodias sintéticas) da produção de BloodPop. Era como se os temas líricos de álbuns como Joanne e seu período em torno de A Star Is Born fossem preparados apenas para receber um visual dançante. E pronto.

Ao mudar essa perspectiva primeiro em “Disease” e agora em “Abracadabra”, a artista parece potencializar sua maior força na música pop: seus refrões. Aqui há tudo o que ela sempre fez, dessa vez embalado em um som que não tenta recriar o brilho (e a falta dele, a escuridão) de álbuns como The Fame Monster e Born This Way. Ela está mais pop do que nunca (irônico), cantando versos divertidos que grudam na cabeça sem o menor esforço ou vontade de parecer séria, como quando tentou nos impressionar com o papo cabeça de celebrar pistas de dança em tempos difíceis – o período da pandemia. Agora, as opções são ainda mais curtas; ou você dança ou morre.

Selo: Interscope
Formato: Single
Gênero: Pop

Matheus José

Graduando em Letras, 23 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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