Crítica | Cowards


★★★☆☆
3/5

Há uma sensação de expansividade em torno dos álbuns do Squid, como se a banda tentasse cada vez mais provar seu progresso em direção a uma ambição de significados que parece abranger os temas, as sonoridades e até mesmo a classificação de gênero em que se encontram. É um esforço genuíno, mas extremamente repetitivo a esta altura do campeonato.

Cowards tem tudo o que o público desse tipo de rock — essencialmente acadêmico — mais ama, e por isso seus destaques são facilmente diluídos – “Well Met (Fingers Through the Fence)”, por exemplo, usa uma construção de ideias (principalmente de composição e arranjos) em seus mais de oito minutos de duração para fazer o que o álbum já faz exaustivamente: criar tensão. Surge, então, sob a mesma retórica de The Monolith, cujo sentido direcionado ao pós-punk soa frágil demais, até mesmo longe de uma certa obrigação de aparências que, muito provavelmente, são importantes na colocação do estilo.

O que a banda faz aqui é usar essa expansividade para criar excitação e estabelecer a experiência — muitas vezes externa à própria obra — como sendo uma força resultante de suas explorações unicelulares. Tudo isso diante de instrumentais grandiosos, vocais desconcertantes e ritmos mal construídos com a intenção dsoar o mais diferente possível. É uma fórmula pra lá de enfadonha e que se repete o tempo todo.

Selo: Warp
Formato: LP
Gênero: Rock

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

Postagem Anterior Próxima Postagem