Crítica | Hallucinating Love


★★★☆☆
3/5

O retorno da dupla Maribou State, formada por Chris Davids e Liam Ivory, carrega uma atmosfera muito próxima de temas que evocam a desilusão e o amor pela vida, flutuando entre acordes que soam tão acessíveis quanto efêmeros. O álbum busca constantemente evocar um clima que oscila entre o frio dos fragmentos vocais e o calor da composição instrumental. Funciona muito bem, mas raramente ultrapassa essa proposta.

O duo, fiel ao downtempo e às sutis interferências que tentam desfazer sua previsibilidade, acaba soando estagnado. Por isso, os momentos que injetam um senso de urgência e uma fluidez passageira nesse ritmo contido, como em “Dance on the World” e “Rolling Stone”, se destacam tanto.

É um ponto de partida interessante, já que Hallucinating Love chega ao público sete anos depois do último álbum da dupla. O que nos faz questionar se todo esse tempo foi realmente necessário para lançar algo que, embora tenha seus destaques, não impressiona tanto assim.

É uma questão um tanto quanto complicada, pois olhando e ouvindo o trabalho podemos perceber os contornos da autoria de Chris Davids e Liam Ivory, seus desejos e propostas que transcendem até mesmo suas ideias iniciais e por isso há esforço e uma sensação de autorrealização. Mesmo que o resultado não seja o melhor de todos.

Selo: Ninja Tune
Formato: LP
Gênero: Eletrônica / Pop

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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