Crítica | Marcolandia


★★★☆☆
3/5

É de conhecimento geral que a maioria dos lançamentos de EPs ou LPs de funk nos últimos meses vêm acompanhados de um rollout que, mais do que apresentar características próprias de produção e/ou estilo, tende a fazer uma espécie de tour por algumas marcas conhecidas do gênero que têm ocupado cada vez mais a cena.

Os exemplos são muitos e incluem peças recentes como 30XMAGO, Mandelãoworld, Oh Guina, Expedição a Terra do Funk e outras. O que todas elas têm em comum, no entanto, são as particularidades que remetem à sonoridade, aos instrumentais e a toda a temática que advém desses elementos. Marcolandia, no entanto, parece focar mais no toque MC, ou seja, em letras em concordância com a sonoridade. Está mais próximo do funk paulista mainstream do que podemos imaginar, o típico talvez mais comum.

Isso, no entanto, não impede que o álbum demonstre claros avanços sonoros, pois, como dito anteriormente, ele também captura a ideia de explorar o estilo inconfundível de São Paulo. Para isso, é montada uma equipe ao longo de vinte faixas, que reúnem referências dos bailes locais, sonoridades que vão do ritmado, ao mega e até beats mais diferenciadas nesse contexto de padrões de MC, como o beat bolha.

É um álbum cuja diversidade pode ser notada em sua totalidade de significados que vão além das idas e vindas do Mc Prr Felipinho e seus inúmeros convidados, DJs e MCs que individualmente somam seus signos como parte desse quase resumo do funk paulista – agora, mais do que nunca, em uma escala bem distante da experimentação cacofônica.

Selo: FLUXO DE RUA MUSIC
Formato: LP
Gênero: Funk

Matheus José

Graduando em Letras, 24 anos. É editor sênior do Aquele Tuim, em que integra as curadorias de Funk, Jazz, Música Independente, Eletrônica e Experimental.

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