Crítica | #mia


★★★☆☆
3/5

No ano passado, #gigi simbolizou a ascensão de skaiwater como um dos nomes mais promissores da cena alternativa do hip hop e do R&B dessa década; um disco cuja versatilidade permitiu que o artista testasse os limites de seu som sem se prender a um único gênero ou espaço, para que pudesse, então, fortalecê-lo.

#mia chega como um resultado direto disso. Ainda mais pop do que antes, skaiwater agora direciona seus esforços para a construção de um álbum conciso, com apenas oito faixas que enfatizam uma narrativa pessoal por trás dos vocais autotunados e das batidas eletrizantes do rage. É uma justaposição interessante porque mostra que skai está tão próximo de Travis Scott e Playboi Carti quanto de uma popstar à la Taylor Swift, embora não se agarre a nenhum dos dois grupos de fato — e isso é bom.

Se, por um lado, #mia aproveita das fórmulas do pop para soar mais marcante, com refrões e solos de guitarra que fazem algumas faixas se destacarem numa primeira escuta, por outro skaiwater ainda mantém sua visão futurista do trap como o laço que amarra todas as suas ideias. Não só parece como é, sem dúvidas, uma combinação potente, especialmente frente à uniformidade que domina ambas as cenas neste momento.

Selo: GoodTalk
Formato: LP
Gênero: Pop / Pop Rap

Marcelo Henrique

Graduando em Matemática Computacional pela UFMG e editor do Aquele Tuim, em que faz parte das curadorias de Pop e R&B e Soul.

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