★★★☆☆
3/5
Entre o plon-plon (metais) e o brrr-brrr (guitarras), o álbum de estreia de Raisa K adentra de sopetão em ideias que se distanciam do que normalmente é considerado pós-punk. Ele se destaca principalmente pelas criações instrumentais atmosféricas, que aqui são fisgadas por letras que despertam apenas curiosidade sobre as complexidades emocionais da artista. É, acima de tudo, um álbum caseiro — tanto por ter sido feito inteiramente por ela em seu laptop, quanto por não exagerar na camada de sons explorados ao longo de pouco mais de trinta minutos. Também parece o que Kim Gordon provavelmente faria se suas guitarras fossem assumidas, lindamente roubadas, por ML Buch em uma noite de pura telecinese.
Affectionately, diante dessas referências que podem ser lidas como externas ao que realmente quer dizer – e impor –, o álbum soa profundamente tático: ele inclina seu tipo de indie pop robusto para colagens esperançosas de criatividade. É nesse ponto que ele se torna maior do que parece, pois, embora use a ferrugem do tempo para nos fazer mergulhar em sua atmosfera, ele nunca perde a graça de ser pequeno e comovente. A parceria com Coby Sey em “Stay” traz à tona essa beleza interior que Raisa coloca antes de tudo para nos guiar. É uma música doce, com exibições vocais que são tão harmoniosas quanto afáveis. É uma das coisas mais bonitas do ano, mas desaparece muito rapidamente.
Selo: 15 love
Formato: LP
Gênero: Pop / Eletrônica
3/5
Entre o plon-plon (metais) e o brrr-brrr (guitarras), o álbum de estreia de Raisa K adentra de sopetão em ideias que se distanciam do que normalmente é considerado pós-punk. Ele se destaca principalmente pelas criações instrumentais atmosféricas, que aqui são fisgadas por letras que despertam apenas curiosidade sobre as complexidades emocionais da artista. É, acima de tudo, um álbum caseiro — tanto por ter sido feito inteiramente por ela em seu laptop, quanto por não exagerar na camada de sons explorados ao longo de pouco mais de trinta minutos. Também parece o que Kim Gordon provavelmente faria se suas guitarras fossem assumidas, lindamente roubadas, por ML Buch em uma noite de pura telecinese.
Affectionately, diante dessas referências que podem ser lidas como externas ao que realmente quer dizer – e impor –, o álbum soa profundamente tático: ele inclina seu tipo de indie pop robusto para colagens esperançosas de criatividade. É nesse ponto que ele se torna maior do que parece, pois, embora use a ferrugem do tempo para nos fazer mergulhar em sua atmosfera, ele nunca perde a graça de ser pequeno e comovente. A parceria com Coby Sey em “Stay” traz à tona essa beleza interior que Raisa coloca antes de tudo para nos guiar. É uma música doce, com exibições vocais que são tão harmoniosas quanto afáveis. É uma das coisas mais bonitas do ano, mas desaparece muito rapidamente.
Selo: 15 love
Formato: LP
Gênero: Pop / Eletrônica