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2024 foi definitivamente um grande ano para Melly. Das participações em álbuns como CAJU ao reconhecimento avassalador de seu álbum, Amaríssima; é impossível negar que ela é uma grande aposta na música pop brasileira. Este ano, seguindo as apostas de artistas em lançar remixes – que são um tanto quanto deluxe – como Charli xcx, a artista está lançando Amaríssima V2 (Remix), que tem grandes acertos e até melhorias que aprofundam ainda mais alguns elementos do álbum original, mas peca na escolha de convidados que não agregam ao universo doce de Melly.
Quando mergulhamos no projeto, vemos o que é típico de um LP de remixes: uma faixa sem nenhuma modificação do conteúdo original, adicionando apenas a voz e camadas de outro artista (“Falar de Amor”) e um novo visual imersivo para as músicas baseadas no estilo do DJ que foi convidado (“Paraíso”). No entanto, é um erro comum nesse tipo de projeto fazer escolhas erradas de direção, tirando o aspecto de coesão – ainda mais uma vez – dando a sensação de “isso deveria estar aqui?”, como em “Derreter & Suar”. Mesmo com essa análise quanto às escolhas, é fato que Melly consegue usar todo o brilhantismo que gira em torno do seu histórico pessoal, dando uma dose de quero mais pelo que está por vir (“Gaveta/ Onironauta”). É muito bom.
Amaríssima V2 (Remix) não atrapalha sua experiência com Amaríssima, pelo contrário: talvez seja outra perspectiva que alguém – mais livre e energético que eu – gostaria de ouvir. O álbum tem escolhas um tanto questionáveis em relação aos cantores anunciados, que poderiam ter sido incluídos no próximo disco da artista, pois aqui não houve conexão e reciprocidade estilística entre eles dado o formato mais despojado que o disco assume. Entre tapas e beijos, Melly ainda consegue se distinguir de muita gente da cena. Ainda é bom de ouvir.
Selo: Slap
Formato: LP
Gênero: Pop / R&B